A medida foi anunciada pela ministra da Juventude e Modernização em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, em que foi aprovada a Estratégia Digital Nacional até 2030.
O objetivo é reforçar a formação e retenção de jovens qualificados, passando dos atuais 4,5% de trabalhadores na área das tecnologias de informação e comunicação para 7% até 2030.
De acordo com Margarida Balseiro Lopes, no próximo ano será lançado um projeto-piloto em 10 concelhos, que a ministra não identificou, para "aproveitar as férias escolares para ensinar crianças e jovens conteúdos relacionados com robótica, programação e inteligência artificial".
"Sabemos que já acontece com alguns jovens cujos pais têm capacidade financeira para custear estas oportunidades, mas temos de garantir a igualdade de oportunidades", justificou a ministra.
O projeto será desenvolvido pelo Instituto do Desporto e Juventude, com o apoio da Agência para a Modernização Administrativa, e será integrado no atual programa de ocupação de tempos livres, em que o Governo identificou uma ausência de resposta ao nível do digital.
"São atividades fora de uma educação mais formal que permitam que a pausa educativa seja uma oportunidade para ganhar outras competências", sublinhou.
No que diz respeito às escolas, Margarida Balseiro Lopes referiu também que o plano de ação para 2025-2026 prevê igualmente a revisão dos currículos para reforçar o ensino de conteúdos digitais, sem adiantar mais detalhes.
Questionado sobre a existência de 45 mil computadores avariados nas escolas, o ministro da Educação, Ciência e Inovação explicou que esse número resulta de um levantamento pedido pela tutela e que as verbas para a aquisição ou reparação dos equipamentos já foram transferidas para as escolas.
"A verba foi transferida para as escolas para, com flexibilização, poderem responder a essa necessidade, alterando o que estava a acontecer até aqui, que era a tentativa de o Ministério, sistematicamente, fazer um concurso nacional, e que interrompi porque já tinha falhado duas vezes", disse Fernando Alexandre.
Segundo o ministro, houve escolas que não requereram qualquer verba, apesar de terem identificado necessidades, e, nesses casos, a tutela pediu "que respondessem por escrito porque não precisavam da verba para responsabilizar os diretores caso houvesse uma falha".
A propósito das provas de monitorização da aprendizagem e provas finais do 3.º ciclo, que este ano realizam-se em formato digital, o governante referiu que será feito um levantamento, até 10 de janeiro, das condições técnicas das escolas e em fevereiro será realizada uma prova ensaio para identificar quaisquer falhas antes das provas, entre maio e junho.
[Notícia atualizada]
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