TikTok bloqueado na Albânia a partir de janeiro após morte de adolescente

A plataforma 'online' TikTok vai ser bloqueada na Albânia durante pelo menos um ano, a partir do início de 2025, anunciou hoje o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, alegando que aquele aplicativo espalha "lixo e lama".

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Lusa
21/12/2024 23:01 ‧ há 7 horas por Lusa

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O anúncio da suspensão da plataforma, propriedade do grupo chinês ByteDance e que tem mil milhões de utilizadores registados em todo o mundo, aconteceu menos de um mês depois da morte de um adolescente de 14 anos, numa rixa perto de uma escola em Tirana, após um conflito nas redes sociais, recorda a Agência France Presse (AFP).

 

A morte do adolescente originou um debate no país, que envolveu pais, psicólogos e escolas, sobre o impacto das redes sociais nos jovens.

"O TikTok é o bandido do bairro. E vamos expulsá-lo do nosso bairro durante um ano", afirmou Edi Rama, citado pela AFP, numa reunião com professores, pais e psicólogos.

Paralelamente, o governo albanês vai iniciar programas que "servirão a educação dos alunos e ajudarão os pais a acompanhar o percurso dos filhos".

O TikTok é particularmente popular entre os jovens, em todo do mundo, atraídos pelos formatos de vídeos muito curtos que são apresentados em contínuo.

O Kosovo, a Macedónia do Norte e a Sérvia, países vizinhos da Albânia, também têm salientado o impacto negativo do TikTok, sobretudo entre os jovens.

Numa cidade no sudoeste do Kosovo, Gjakova, registaram-se há dois meses pelo menos 22 casos de automutilação de raparigas de diferentes escolas, todos ligados a um desafio partilhado no TikTok.

Na Macedónia do Norte, os meios de comunicação locais noticiaram há duas semanas que dezenas de adolescentes foram hospitalizados, num curto período de tempo, com ferimentos sofridos por terem participado no desafio 'super-homem', que consiste em serem atirados ao ar por outros jovens.

A população de Novi Pazar, no sudoeste da Sérvia, ficou chocada quando foram tornados públicos diversos casos de adolescentes que participaram no desafio 'sufocação' em várias escolas secundárias.

Em França, no início de novembro, um coletivo de sete famílias levou o TikTok a tribunal, acusando a plataforma de ter exposto os seus filhos a conteúdos que poderiam levá-los ao suicídio.

Em Itália foi aberta uma investigação, em março de 2023, contra o TikTok, suspeito de não aplicar as regras de controlo de "conteúdos perigosos que incitam ao suicídio, automutilação e distúrbios alimentares".

Nos Estados Unidos, os responsáveis das escolas públicas de Seattle apresentaram uma queixa contra o TikTok e outras redes sociais, em janeiro 2023, por "atentados" à saúde mental dos jovens.

Na Austrália vigora uma lei que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, uma das medidas mais rigorosas do mundo nesta matéria.

O TikTok acumula ainda outras polémicas. Recentemente, Comissão Europeia abriu uma investigação devido a suspeitas de ingerência estrangeiras nas eleições presidenciais da Roménia.

Leia Também: Tiktok tem sido "super transparente" sobre as eleições na Roménia

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