"Elon Musk orgulha-se de defender a liberdade de expressão. O Charlie Hebdo decidiu fazer pleno uso dela publicando caricaturas do seu famoso chefe no X", sublinhou o semanário, em comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).
Três séries de 19 desenhos no total, publicadas na última edição da Charlie e traduzidas para inglês, serão publicadas até sexta-feira.
Já publicada, a primeira vaga é acompanhada por uma mensagem em inglês dirigida a Elon Musk: "Esperamos que goste da nossa ideia de liberdade de expressão. Não hesite em dizer-nos qual o desenho que prefere".
Em particular, podemos ver o bilionário retratado em roupa interior, feliz por ter um "cérebro enxertado" na ponta do pénis, sob o título "uma ideia brilhante por minuto".
Hi @elonmusk ! We hope you like our idea of freedom of expression. Please, don't hesitate to tell us which design you like best. pic.twitter.com/m1Z56ckeYC
— Charlie Hebdo (@Charlie_Hebdo_) January 16, 2025
O jornal de humor corrosivo, que acaba de celebrar o 10.º aniversário do atentado islâmico que dizimou parte da sua redação a 07 de janeiro de 2015, dedicou a sua última primeira página a Elon Musk, nomeado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para dirigir um departamento de "eficiência governamental".
Intitulada "Elon Musk... A Extrema-Direita do Futuro" e assinada por Riss, a capa mostra o chefe da Tesla e CEO da SpaceX a emergir, ao estilo do filme "Alien", dos restos mortais de Jean-Marie Le Pen, figura histórico da extrema-direita francesa que morreu em 07 de janeiro.
Desde a sua aquisição em 2022 por Elon Musk, o X (antigo Twitter) tem sido acusado por muitos meios de comunicação e utilizadores de espalhar informações falsas e de não alocar recursos suficientes para a moderação de conteúdos.
Os anúncios sobre a saída da plataforma a 20 de janeiro, data da tomada de posse de Donald Trump, eleito em novembro, têm-se multiplicado há várias semanas.
O site de investigação francês Mediapart anunciou em dezembro a sua intenção de abandonar a rede social nessa data, que, segundo ele, se tinha tornado numa "arma de desinformação em massa".
Outros deixaram de publicar conteúdos em novembro, como os diários britânicos The Guardian e espanhol La Vanguardia e, em França, Ouest-France e Sud Ouest.
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