Charlie Hebdo vai ficar no X para continuar a enfrentar Elon Musk

Em vez de "abdicar de uma oportunidade de se expressar", o jornal satírico francês Charlie Hebdo anunciou que vai continuar no X, a controversa plataforma de Elon Musk, e publicar caricaturas do bilionário norte-americano acusado de promover desinformação.

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© Marc Piasecki/Getty Images

Lusa
17/01/2025 06:53 ‧ há 8 horas por Lusa

Tech

Charlie Hebdo

"Elon Musk orgulha-se de defender a liberdade de expressão. O Charlie Hebdo decidiu fazer pleno uso dela publicando caricaturas do seu famoso chefe no X", sublinhou o semanário, em comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).

 

Três séries de 19 desenhos no total, publicadas na última edição da Charlie e traduzidas para inglês, serão publicadas até sexta-feira.

Já publicada, a primeira vaga é acompanhada por uma mensagem em inglês dirigida a Elon Musk: "Esperamos que goste da nossa ideia de liberdade de expressão. Não hesite em dizer-nos qual o desenho que prefere".

Em particular, podemos ver o bilionário retratado em roupa interior, feliz por ter um "cérebro enxertado" na ponta do pénis, sob o título "uma ideia brilhante por minuto".

O jornal de humor corrosivo, que acaba de celebrar o 10.º aniversário do atentado islâmico que dizimou parte da sua redação a 07 de janeiro de 2015, dedicou a sua última primeira página a Elon Musk, nomeado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para dirigir um departamento de "eficiência governamental".

Intitulada "Elon Musk... A Extrema-Direita do Futuro" e assinada por Riss, a capa mostra o chefe da Tesla e CEO da SpaceX a emergir, ao estilo do filme "Alien", dos restos mortais de Jean-Marie Le Pen, figura histórico da extrema-direita francesa que morreu em 07 de janeiro.

Desde a sua aquisição em 2022 por Elon Musk, o X (antigo Twitter) tem sido acusado por muitos meios de comunicação e utilizadores de espalhar informações falsas e de não alocar recursos suficientes para a moderação de conteúdos.

Os anúncios sobre a saída da plataforma a 20 de janeiro, data da tomada de posse de Donald Trump, eleito em novembro, têm-se multiplicado há várias semanas.

O site de investigação francês Mediapart anunciou em dezembro a sua intenção de abandonar a rede social nessa data, que, segundo ele, se tinha tornado numa "arma de desinformação em massa".

Outros deixaram de publicar conteúdos em novembro, como os diários britânicos The Guardian e espanhol La Vanguardia e, em França, Ouest-France e Sud Ouest.

Leia Também: Ataque ao Charlie Hebdo foi há 10 anos. Jornal conta com edição especial

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