"Estou realmente preocupado com a participação acionista da TikTok. Estou muito preocupado com a utilização dos dados", declarou o ministro da Tecnologia, Peter Kyle.
Receando que Pequim possa aceder aos dados dos utilizadores ou tentar manipular a opinião pública a favor da China, o Congresso americano ordenou ao proprietário chinês do TikTok, a ByteDance, que vendesse as suas atividades nos Estados Unidos, sob pena de proibição, em nome da segurança nacional.
O prazo terminou no domingo e a aplicação deixou de estar acessível durante algumas horas nos Estados Unidos, mas Donald Trump, que voltou a ser presidente na segunda-feira, concedeu-lhe uma prorrogação de 75 dias.
No Reino Unido, Kyle não pediu a proibição do TikTok: "É um produto desejável", disse, afirmando que queria deixar "os jovens livres" e "encontrar o equilíbrio certo" em relação à aplicação.
"Pedimos cautela", mas "há muitas plataformas e emissoras tradicionais cujas decisões editoriais (também) levam a preconceitos", disse.
"Continuamos a monitorizar as ameaças aos nossos dados", disse à AFP um porta-voz do Departamento de Inovação e Tecnologia do Reino Unido.
"Não hesitaremos em tomar medidas, se necessário, para proteger a nossa segurança nacional", acrescentou.
O porta-voz explicou ainda que o governo continua a "dialogar com o TikTok, e outras empresas, para compreender as suas medidas para garantir a segurança dos dados do Reino Unido".
No Reino Unido, o serviço do TikTok "é fornecido por uma empresa registada (no Reino Unido), sujeita à lei britânica e regulada pelos reguladores britânicos", disse um porta-voz do TikTok à AFP.
Além disso, "a nossa empresa-mãe é maioritariamente detida por investidores internacionais, principalmente sediados nos Estados Unidos", acrescentou.
O TikTok insiste que o governo chinês não tem qualquer participação na ByteDance e recorda que investiu 10 mil milhões de libras (12 mil milhões de euros) na criação de um programa de segurança de dados no Reino Unido e na Europa continental.
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