Portuguesa de cibersegurança Visionware planeia reforço em Cabo Verde

A empresa portuguesa de cibersegurança Visionware está a planear expandir as operações em Cabo Verde, com mais espaço e novos recrutamentos, disse à Lusa o presidente executivo, Bruno Castro.

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© Reprodução VisionWare

Lusa
26/01/2025 11:11 ‧ ontem por Lusa

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Visionware

O líder da empresa vai ser um dos oradores no fórum empresarial que acompanha a cimeira bilateral entre os governos dos dois países, terça-feira, em Lisboa.

 

"Esgotámos o espaço no Techpark da Praia", capital cabo-verdiana, e o plano, quando o parque tecnológico abrir um novo polo, no Mindelo, "é ter também uma operação na ilha de São Vicente", explicou.

Ao mesmo tempo, haverá um reforço de pessoal, pelo menos cinco a dez pessoas este ano para reforçar a equipa de 30 que a firma tem no país, "mas depende das oportunidades".

"Há uma ligação próxima a academia" e "ano após ano" a Visionware tem reinvestido em recrutamento no arquipélago, sinal de sucesso da operação, disse Bruno Castro à Lusa, satisfeito com o perfil (as chamadas 'soft skills') encontrado nas ilhas para trabalhar numa área sensível, complementadas depois com a formação específica ('hard skills') dada pela empresa.

A Visionware tem 20 anos de atividade, presta consultoria e serviços em cibersegurança para clientes em diferentes geografias a partir da sede, no Porto, e desde escritórios em Lisboa e Cabo Verde, arquipélago onde realizou um primeiro projeto há 18 anos.

Na sala de operações principal, na Praia, vários trabalhadores estão junto a dezenas de ecrãs que mostram gráficos e ligações às redes de clientes, monitorizando ligações ou testando funcionalidades acessíveis na Internet.

As equipas foram uma espécie de "guarda armada" para proteger os clientes de "movimentos suspeito ou maliciosos", descreve Bruno Castro.

"Processamos biliões de eventos por segundo", filtrados por inteligência artificial para encontrar padrões que passam depois por um primeiro nível de avaliação humana, antes de avançar, se for o caso, para outras equipas em níveis superiores.

Há também ações de "stress", para testar infraestruturas de segurança, tecnologia, procedimentos e recursos humanos dos clientes, consoante os níveis de conformidade necessários.

Bruno Castro considera que a aposta digital do Governo do arquipélago "tem tudo para dar certo".

"A estratégia em tornar Cabo Verde num 'hub' []centro) tecnológico é uma excelente ideia: encaixa-se naquilo que eu também vejo, um modo de vida muito confortável para empresas internacionais aterrarem, terem boa matéria-prima, bons recursos, boas infraestruturas e prestar serviços para o mundo", referiu.

"Nós vimos uma alteração substancial de 2007 para 2025" e hoje, por exemplo, há Internet de banda larga fornecida por vários cabos submarinos, que continuam a ser renovados, com projetos apoiados pela União Europeia.

"Há uma evolução brutal na maturidade e na qualidade dos serviços digitais em Cabo Verde nos últimos 15 anos", incluindo ao nível das exigências de conformidade: "as mesmas normas que aplicamos em Portugal e na Europa, aplicam-se aqui na banca, no Governo" e em diversas atividades económicas.

O Governo cabo-verdiano tem transferido vários serviços públicos para formato digital e apostado em infraestruturas, formação profissional e campanhas para se posicionar no panorama global.

A área digital faz parte da estratégia de diversificação da economia -- atualmente centrada no turismo -- com vista a duplicar a taxa potencial de crescimento anual (perto dos 5%) da economia do país.

Neste âmbito, há várias metas ambiciosas: por exemplo, o executivo reafirmou, em outubro de 2024, a ambição de substituir o dinheiro físico por transações digitais seguras e eficientes no prazo de seis anos, ao publicar a nova Estratégia de Economia Digital do arquipélago.

Leia Também: PayPal multado em 2 milhões de dólares por falhas de cibersegurança

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