A semana foi marcada pela ‘entrada em cena’ da DeepSeek, uma startup chinesa de Inteligência Artificial (IA) que, graças ao seu mais recente modelo R1, ‘abalou’ Wall Street e fez algumas das maiores empresas tecnológicas dos EUA perdessem milhões em capitalização.
Muito se tem falado da DeepSeek, mas poucos conhecem o fundador - Liang Wenfeng. Conhecido antigamente como um gestor de fundos, Wenfeng é agora tido como um dos novos génios da IA e, para muitos chineses, como um dos "Heróis de IA de Guangdong".
Como conta o Business Insider, Liang Wenfeng nasceu em 1985 na província de Guangdong e estudou na Universidade de Zhejiang em Hangzhou - uma das mais antigas e prestigiadas da China.
Na companhia de dois colegas de universidade, Wenfeng criou em 2015 a High-Flyer, uma empresa dedicada a gestão de fundos que “recorre a matemática e IA para investimentos quantitativos” e que, em 2019, já tinha pelo menos 10 mil milhões de dólares em ativos.
No entanto, foi em 2021 que Wenfeng começou a adquirir milhares de GPUs da Nvidia para treinar os seus próprios modelos de IA e, em 2023, lançou a DeepSeek como uma subsidiária da High Flyer.
© Reuters / CCTV
Como conta o Financial Times, Wenfeng foi descrito por um dos seus colegas como um “uma pessoa muito ‘nerd’ com um penteado horrível que falava de construir um ‘cluster’ de 10 mil ‘chips’ para treinar os seus próprios modelos” de IA.
Foi graças ao lançamento do modelo V3 no final de 2024 que a DeepSeek começou a surgir no ‘radar’ dos grandes ‘players’ de IA e, com a chegada do R1 a 20 de janeiro, a startup conseguiu com a sua app chegar ao topo dos ‘downloads’ da App Store não só na China como também nos EUA.
Mais do que estar ao nível dos EUA no que diz respeito ao desenvolvimento de IA, Wenfeng tem o objetivo de colocar a China na vanguarda do desenvolvimento da tecnologia.
“Acreditamos que a IA da China não pode permanecer em segundo lugar para sempre. Costumamos dizer que há um intervalo de um a dois anos entre as IAs chinesa e americana, mas o verdadeiro fosso é entre originalidade e imitação. Se isto não mudar, a China estará sempre em segundo lugar”, afirmou Wengfeng numa recente entrevista com a The China Academy.
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