É a primeira vez que uma entidade reguladora nacional confirma a potencial fuga de dados de utilizadores da DeepSeek para terceiros, de acordo com a imprensa sul-coreana, e acontece depois de a Coreia do Sul se ter juntado a outros países, no dia anterior, na proibição da utilização da aplicação chinesa de IA, devido aos seus riscos para a segurança.
A Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul (PIPC) confirmou os avisos de alguns especialistas em cibersegurança de que a DeepSeek poderia transferir dados pessoais para outras entidades sem o consentimento dos utilizadores.
"Confirmámos que a DeepSeek comunicou com a ByteDance", disse um porta-voz da PIPC, citado pela agência de notícias local Yonhap, referindo que o regulador ainda tem de verificar que tipo de dados foi transferido para a proprietária do TikTok e em que escala.
A lei sul-coreana exige que os operadores tenham o consentimento explícito dos utilizadores para transferir os seus dados para terceiros.
A Coreia do Sul anunciou na segunda-feira a retirada da DeepSeek das lojas de aplicações locais, enquanto investiga a forma como a empresa chinesa gere os dados dos utilizadores.
O PIPC emitiu também um aviso oficial sobre o modelo chinês de IA, desaconselhando a sua utilização, e de os ministérios e agências governamentais locais o terem bloqueado.
O PIPC desaconselhou a utilização do modelo chinês de IA. Os ministérios e agências governamentais locais bloquearam-no.
Anteriormente, empresas locais como o fabricante de automóveis sul-coreano Hyundai Motor já tinham restringido o acesso dos seus funcionários ao DeepSeek, também devido a possíveis fugas dos seus dados.
Os ministérios das Finanças e do Ambiente sul-coreanos anunciaram há duas semanas que estavam a bloquear o DeepSeek, pelo menos temporariamente, juntando-se assim aos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional e da Economia, Comércio e Indústria, que impediram o acesso àquele modelo a partir dos seus terminais.
O Ministério do Interior já tinha recomendado aos ministérios e aos 17 governos regionais do país que se precavessem contra possíveis fugas de dados através da utilização do DeepSeek, tendo em conta o que considera ser um processo de armazenamento de dados pouco transparente por parte da empresa chinesa.
O DeepSeek revolucionou o panorama global da IA após a revelação, no mês passado, do seu mais recente modelo linguístico, que impressionou os especialistas pelo seu desempenho mais eficiente e económico em comparação com a concorrência dos Estados Unidos.
No entanto, a sua gestão de dados levou outros países, como Itália a Austrália, a analisar o serviço e a impor restrições de acesso às instituições públicas, invocando riscos para a segurança nacional.
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