Impressão digital de uma molécula pode ajudar a explicar a vida na Terra

Um tipo especial de molécula de enxofre, chamada metil mercaptano deuterado simples (CH2DSH), e detetada numa estrela jovem semelhante ao Sol, pode ajudar a explicar a formação da vida na Terra.

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Lusa
21/03/2025 07:14 ‧ ontem por Lusa

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Evolução

O enxofre é essencial para todas as formas de vida e é um componente fundamental das proteínas e dos aminoácidos.

 

Utilizando a Canadian Light Source (CLS), instalação de luz síncrotron, da Universidade de Saskatchewan (USask), Hayley Bunn e os seus colegas do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre conseguiram criar uma "impressão digital" da molécula analisando a forma como esta balança e gira em resposta à luz de sincrotrão ultrabrilhante, noticiou na quinta-feira a agência Europa Press.

Agora, outros investigadores da equipa internacional estão a utilizar esta impressão digital ou assinatura para procurar moléculas mais semelhantes no espaço distante.

Isto poderá permitir-lhes reconstruir como as moléculas da vida na Terra se formaram há milhares de milhões de anos. O trabalho foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.

"Estamos a tentar perceber até onde podemos ir, quimicamente, para criar moléculas biológicas maiores e que ambientes são necessários para a sua formação", detalhou Bunn, em comunicado.

"Seria interessante um dia responder como é que isto é transmitido aos planetas e, com sorte, à vida", frisou.

O sincrotrão CLS foi fundamental para o sucesso da investigação de Bunn, uma vez que os sinais vibracionais desta molécula básica são extremamente difíceis de detetar.

A luz de sincrotrão é muito mais brilhante do que as fontes convencionais, permitindo que até os sinais mais fracos sejam identificados.

"Existem muito poucos sincrotrões no mundo --- possivelmente quatro --- que realizam a espetroscopia de terahertz de alta resolução de que necessitamos, e um deles é o CLS", sublinhou Bunn.

O CLS oferece ainda aos investigadores acesso remoto para este tipo de trabalho, com apoio especializado, simplificando ao máximo o processo de investigação.

Bunn e os seus colaboradores ficaram surpreendidos com a complexidade do padrão vibracional e rotacional característico da molécula.

Embora o seu estudo forneça informações claras e úteis para o identificar no espaço, ainda existem dúvidas sobre a sua química subjacente.

Leia Também: Astrónomos detetam oxigénio na galáxia mais distante do Universo

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