Bactérias 'desenhadas' emitem sinais que podem ser detetados à distância

Cientistas demonstraram que as bactérias concebidas e treinadas para que as sua células gerem combinações de cores únicas emitem sinais até 90 metros de distância.

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Lusa
12/04/2025 11:30 ‧ há 9 horas por Lusa

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Bactérias

A investigação realizada por cientistas do MIT, nos Estados Unidos, apontou que esta descoberta pode levar ao desenvolvimento de sensores bacterianos para aplicações agrícolas e outras, que podem ser monitorizados por drones ou satélites.

 

"É uma nova forma de extrair informação da célula. Se estiver perto dela, não conseguirá ver nada a olho nu, mas a centenas de metros de distância, utilizando câmaras específicas, pode obter a informação quando esta é ativada", destacou Christopher Voigt, chefe do Departamento de Engenharia Biológica do MIT e autor sénior do novo estudo, citado em comunicado.

Num artigo publicado na Nature Biotechnology, os investigadores demonstraram que poderiam projetar dois tipos diferentes de bactérias para produzir moléculas que emitem comprimentos de onda de luz distintos nos espetros visível e infravermelho, que podem ser visualizados com câmaras hiperespectrais.

Estas moléculas indicadoras foram ligadas a circuitos genéticos que detetam bactérias próximas, mas esta abordagem também poderia ser combinada com qualquer sensor existente, como os de arsénio ou outros contaminantes, de acordo com os investigadores.

"O melhor desta tecnologia é que pode ligar e utilizar qualquer sensor que desejar", salientou Yonatan Chemla, investigador de pós-doutoramento do MIT e um dos principais autores do artigo.

"Não há razão para que nenhum sensor seja incompatível com esta tecnologia", acrescentou.

Para deteção de longo alcance, a equipa do MIT teve a ideia de projetar células para produzir moléculas indicadoras hiperespectrais, que podem ser detetadas por câmaras hiperespectrais.

Estas câmaras, inventadas na década de 1970, conseguem determinar a quantidade de cada comprimento de onda de cor presente num pixel. Em vez de ser simplesmente apresentado a vermelho ou verde, cada pixel contém informações sobre centenas de diferentes comprimentos de onda de luz.

Atualmente, as câmaras hiperespectrais são utilizadas para aplicações como a deteção da presença de radiação. Nas zonas em redor de Chernobyl, estas câmaras têm sido utilizadas para medir as subtis alterações de cor que os metais radioativos produzem na clorofila das células vegetais.

São também utilizados para procurar sinais de desnutrição ou invasão de agentes patogénicos em plantas.

Este trabalho inspirou a equipa do MIT a explorar se seria possível projetar células bacterianas para produzir indicadores hiperespectrais ao detetar uma molécula alvo.

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