A rede social revelou ainda que entre as contas identificadas pelas autoridades encontravam-se figuras políticas e jornalistas.
"Opomo-nos às múltiplas decisões da autoridade turca de tecnologia da informação e comunicação que solicita o bloqueio de mais de 700 contas de organizações noticiosas, jornalistas, figuras políticas, estudantes entre outros na Turquia", escreveu a equipa de comunicação da rede social no X.
"Acreditamos que esta decisão do Governo turco não é apenas ilegal, mas também impede que milhões de utilizadores turcos tenham acesso à informação e ao debate político no seu país", referiu a plataforma detida por Elon Musk.
As autoridades turcas restringiram o acesso a diversas redes sociais e serviços de mensagens, incluindo o antigo Twitter e o WhatsApp, durante as primeiras 48 horas após a detenção, na quarta-feira, do presidente da câmara de Istambul, que desencadeou protestos sem precedentes no país há mais de uma década.
O Tribunal de Istambul emitiu hoje a prisão preventiva contra Ekrem Imamoglu e outras 47 pessoas por alegados crimes de corrupção, naquele que a oposição denuncia como um julgamento com motivação política.
Milhares de pessoas mobilizaram-se para protestar contra a prisão de Imamoglu, membro do Partido Popular Republicano (CHP).
Os advogados do presidente da câmara de Istambul já anunciaram que vão recorrer da decisão.
"É claro que vamos recorrer da ordem de prisão", disse um dos advogados à agência francesa AFP.
Imamoglu é considerado o principal opositor do Presidente Recep Tayyip Erdogan e deveria ser consagrado hoje como candidato dos sociais-democratas do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco) às próximas eleições presidenciais.
Numa declaração divulgada nas redes sociais através dos advogados, Imamoglu pediu aos apoiantes que não desanimassem e prometeu que não desistirá de lutar contra Erdogan.
A detenção de Imamoglu na quarta-feira desencadeou uma onda de protestos em Istambul e nas principais cidades da Turquia, incluindo a capital, Ancara.
O Ministério do Interior anunciou hoje que 323 pessoas foram detidas no sábado à noite só em Istambul, juntando-se às 343 detidas na sexta-feira à noite em todo o país.
No protesto de sábado em Istambul, participaram provavelmente mais de 50.000 pessoas, ainda mais do que nos dias anteriores, segundo a agência espanhola EFE.
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