Do 'Rapper' ao "padre satânico". As vezes em que o Papa foi alvo de IA

Francisco alertou várias vezes para os perigos associados à IA e pediu a regulamentação da tecnologia.

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Notícias ao Minuto com Lusa
28/04/2025 10:52 ‧ ontem por Notícias ao Minuto com Lusa

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Papa Francisco

O pontificado do Papa Francisco, que morreu no passado dia 21 de abril, foi alvo de desinformação e a sua imagem foi, diversas vezes, alvo de Inteligência Artificial (IA), acabando por pedir, várias vezes, uma regulamentação cuidadosa da tecnologia. 

 

Quem não se lembra, em março de 2023, de ver Francisco com um logo casaco branco, estilo 'puffer'? As imagens, que ganharam o nome de 'Papa Rapper', eram tão realistas que confundiram vários utilizadores. Mas não só. 

Em várias ocasiões, a sua posição e as suas reformas, que sempre tiveram a oposição da área mais ultraconservadora da igreja, foram deturpadas nas redes sociais, numa tentativa de apresentar Francisco como um papa radical ao serviço de uma "agenda globalista" que quer acabar com a cultura ocidental. Neste sentido, chegaram a ser  geradas por IA imagens do sumo pontífice a saudar um "padre satânico". 

"Católicos criticam o Papa Francisco por ter cumprimentado um padre satânico em Bérgamo", diziam alguns utilizadores que, apesar das falhas nas imagens, divulgaram-nas como reais.

No Natal passado, por exemplo, circulou um vídeo cujo áudio foi manipulado com IA para atribuir ao Papa declarações falsas sobre o "verdadeiro significado do Natal", nas quais reivindicava Jesus Cristo em oposição ao Pai Natal.

O internamento do Papa foi o último caso de desinformação sobre Francisco, através de uma suposta imagem sua no hospital Gemelli, em Roma, onde foi internado a 14 de fevereiro devido a uma pneumonia bilateral.

A imagem viral nas redes sociais mostra o Papa Francisco vestido com uma batina branca e deitado numa maca com um ventilador a tapar-lhe a boca e o nariz. As várias incoerências da imagem, como falhas na texturas e nas formas, não impediram que fosse difundida em várias redes sociais, sendo um exemplo do potencial das ferramentas de IA para gerar desinformação.

Francisco pronunciou-se várias vezes sobre o perigo associado às novas tecnologias. Em junho do ano passado, numa cimeira do G7, notou a importância da IA, mas ressalvou a importância do comportamento ético para limitar os danos que este tipo de ferramentas podem causar. 

Já em janeiro deste ano, o Papa Francisco voltou a alertar para os eventuais efeitos nocivos da IA na sociedade e no que classifica como a "crescente crise da verdade no espaço público", numa mensagem transmitida ao Fórum Económico Mundial de Davos.

Francisco dizia que a IA devia fazer parte dos esforços para alcançar "maior justiça, maior fraternidade e uma ordem mais humana de relações sociais", mas, assinalava que "existe o risco de a IA ser utilizada para fazer avançar o 'paradigma tecnocrático', que considera que todos os problemas do mundo podem ser resolvidos apenas por meios tecnológicos".

Ao mesmo tempo, num texto escrito por dois departamentos do Vaticano e aprovado pelo Papa Francisco, a Igreja Católica pedia uma "regulamentação cuidadosa" da tecnologia.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira passada aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

Leia Também: D. Américo Aguiar 'brinca' com jornalista irlandês. "Será próximo Papa?"

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