Responsáveis europeus contestam jogos finais em Wembley devido à pandemia

O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, juntou-se hoje ao coro dos responsáveis europeus, que integra o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, na contestação à realização dos últimos jogos do Euro2020 de futebol em Londres.

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Lusa
29/06/2021 12:43 ‧ 29/06/2021 por Lusa

Mundo

Euro'2010

"Acho irresponsável que dezenas de milhares de pessoas se reúnam em espaços apertados, em países classificados de risco por causa da variante Delta [do SARS-CoV-2], altamente contagiosa", como é atualmente o caso do Reino Unido, disse Horst Seehofer.

O ministro do Interior, que tem também a pasta do Desporto, em entrevista ao diário regional Augsburger Allgemeine, sugere ainda à UEFA que reconsidere e reduza o número de 60 mil adeptos previstos para o estádio de Wembley nos últimos jogos do Euro2020.

A declaração surge a escassas horas do início do encontro Alemanha-Inglaterra, referente aos oitavos de final do Euro2020, em Wembley, que será disputado diante de cerca de 45 mil espetadores, ou seja, cerca de 50% da lotação do estádio.

Na Alemanha, onde o Allianz Arena, em Munique, também recebe jogos do Euro2020, a capacidade foi fixada em 20%, cerca de 14 mil espetadores, e Seehofer considera que esta percentagem deveria servir de "critério" para todos os outros jogos.

Os alemães ou residentes na Alemanha que regressam da Grã-Bretanha devem observar uma quarentena de 14 dias, incluindo aqueles que foram vacinados e imunizados, e a chanceler Angela Merkel já manifestou, mais de uma vez, a sua preocupação com os riscos que o Euro2020 representa para a propagação da variante Delta.

O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas considerou na segunda-feira que a UEFA deve pesar a decisão de organizar as meias-finais e a final do Euro2020 no Estádio de Wembley.

"Esta não é uma decisão que teremos de tomar na Comissão. É da UEFA. Mas quero partilhar as minhas dúvidas sobre a possibilidade de Wembley receber as meias-finais e a final do Euro2020, num estádio lotado, enquanto o Reino Unido limita os movimentos dos seus cidadãos para a UE por causa do aumento das contaminações", disse Margaritis Schinas no Parlamento Europeu.

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela promoção do modo de vida europeu considerou que a UEFA terá que analisar esta decisão "cuidadosamente" e adotar medidas com "pleno conhecimento dos factos".

Na semana passada, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, também expressou o desejo de que a final do Euro2020 "não aconteça num país onde os contágios estão a crescer rapidamente".

A UEFA já fez saber que não tenciona alterar o local nem a lotação do estádio de Wembley para os jogos das meias-finais e final do Euro2020 e sublinhou que as medidas de segurança estão "completamente alinhadas com o que foi definido pelas autoridades de saúde locais".

O Reino Unido registou 22.868 novos casos na segunda-feira, um novo máximo desde o fim de janeiro, e nos últimos sete dias, entre 22 e 28 de junho, a média diária foi de 17 mortes e 16.612 casos, o que corresponde a um aumento superior a 65% em relação a igual período.

Leia Também: AO MINUTO: Reforço vacinal à vista; Brasil? 400 mil mortes evitáveis

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