"Temos um trabalho a fazer e estamos concentrados no nosso jogo. O nosso foco principal é a nossa equipa e Portugal. O outro jogo, não conseguimos controlar", afirmou o técnico macedónio, em conferência de imprensa.
Andonovski respondeu assim quando questionado se também vai estar com um olho no que se passa no embate entre o Vietname e os Países Baixos, já que uma goleada das neerlandesas pode obrigar os Estados Unidos a também marcar muitos golos para vencer o agrupamento.
"O mais importante é chegar aos oitavos de final, não vamos desconcentrarmo-nos. Se começamos a pensar três ou quatro passos à frente, podemos nunca vir a ter essa possibilidade", insistiu, garantindo que todas as jogadoras estão "preparadas para ajudar a equipa a ter sucesso".
O empate serve aos Estados Unidos para seguir em frente, mas Andonovski, que revelou ter uma relação de amizade com Francisco Neto, descrevendo o selecionador luso como "um treinador incrível", não espera facilidades.
"Não vai ser um 'passeio no parque'. Portugal é uma equipa bem orientada, disciplinada, organizada. Não vai ser fácil. Por isso, temos de estar focados em conseguir um bom resultado desde o primeiro minuto", explicou.
O técnico macedónio sabe com o que conta: "Quando [Portugal] jogou com os Países Baixos, a Inglaterra [particular antes do Mundial2023] ou quando o faz com equipas das mais bem posicionadas no ranking, é mais conservador".
"Portugal vai tentar conseguir o resultado que lhe interessa nas poucas hipóteses que criar. É uma equipa bem organizada na defesa e que vai tentar jogar em contra-ataque, que temos de neutralizar", explicou.
Há dois anos, num amigável em Houston, no Texas, os Estados Unidos venceram por 1-0, mas Andonovski disse que desde então "Portugal cresceu muito e joga muito melhor", pelo que a seleção de 2021 "não dá uma imagem real do que é a equipa agora".
A seleção lusa subiu até ao 21.º lugar do 'ranking' mundial, mas, para efeitos de preparação do jogo, o técnico macedónio vê-a bem mais acima.
"Em que lugar colocaria Portugal? Em segundo neste momento", afirmou, sorrindo, para de seguida se explicar: "Quando jogámos com o Vietname, nós éramos o número 1 e eles o número 2, e com os Países Baixos igual".
Vlatko Andonovski foi claro: "Não preparamos os jogos em função do adversário. Preparamos todos da mesma forma, no máximo, às vezes até além do máximo, de forma a conseguimos executar da melhor maneira".
Quanto às surpresas que têm acontecido no Mundial2023, o técnico afirmou que "esses resultados são avisos de que o ranking não diz nada, não significa nada".
"Temos o máximo respeito por Portugal, como equipa e pelo que joga", frisou, mostrando-se "feliz" por casos como a vitória da Colômbia sobre a Alemanha, segundo da ranking mundial, sem precisar de fazer o "jogo de uma vida", o que "demonstra o crescimento do jogo".
Uma derrota significaria um adeus antes do previsto dos Estados Unidos, uma seleção que venceu quatro de oito edições, incluindo as duas últimas, e nunca caiu antes das meias-finais.
"Desde que me sentei nesta cadeira, em 2019, que tenho pressão, pois sei quais são as expectativas, mas já aprendi a transformar a pressão em entusiasmo e foi com ele que vim para este Mundial, sabendo que temos tudo o que precisamos para vencer", disse o selecionador norte-americano.
O que se passa fora da equipa, desconhece: "Se soubesse tudo o que se passa fora da nossa bolha, agora não me estaria aqui a rir", finalizou, bem-disposto.
Portugal, que começou com um desaire face aos Países Baixos (0-1) e depois bateu o Vietname (2-0), entra para a terceira e última jornada da fase de grupos dependente apenas de si próprio para chegar aos oitavos de final, ainda que tal signifique que tenha vencer os Estados Unidos, na terça-feira, em Auckland.
No Eden Park, a partir das 19:00 (08:00 em Lisboa), as comandadas de Francisco Neto podem também conseguir o apuramento com um empate, mas, para isso, era necessário que o já eliminado Vietname vencesse os Países Baixos, à mesma hora, em Dunedin.