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A mudança para um novo projeto profissional traz, a qualquer um, diferentes desafios, mas os que aguardam por Rúben Amorim no Manchester United prometem ser particularmente complicados de contornar. À medida que o tempo avança, existem cada vez mais certezas de que é em Old Trafford que o treinador português irá passar os próximos tempos, mas se esta não é uma 'casa a arder', certo é que é uma 'casa onde todos ralham' e praticamente ninguém tem razão.
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Há que 'separar o trigo do joio'
A primeira tarefa consistirá, decerto, em perceber com quais os jogadores poderá contar. Os red devils gastaram, só durante a passagem de Erik Ten Hag, mais de 600 milhões de libras (718.428.000 euros) e escusado será dizer que nem todas essas contratações foram bem-sucedidas.
Antony tem-se assumido como um mau exemplo de investimento desta era e, caso se concretize a transferência de Amorim, este será um dos primeiros dossiers a resolver. O brasileiro não tinha espaço com o técnico neerlandês e sabido é que o seu estilo de jogo também não se adequa ao que o treinador dos leões tem vindo a defender nos últimos anos.
Joshua Zirkzee e Mason Mount também ainda não justificaram o investimento feito e Matthijs de Ligt, apesar de alguns bons indícios, poderá muito bem juntar-se a este grupo. Já Tyrell Malacia, que chegou a Old Trafford com o 'cunho' de ser a primeira aposta de Ten Hag, jogou pela última vez em maio de... 2023. Assim sendo, resta saber qual o prejuízo com que o United ficará, no final das contas.
Olhando ainda para o plantel, há mais um jogador que sobressai, dada a relação passada que manteve com Amorim. Manuel Ugarte, que se tornou peça fundamental para os planos do ainda treinador leonino nas épocas 2021/22 e 2022/23, deixou o PSG este verão e mudou-se, também ele, para Inglaterra. Contratado por 50 milhões de euros e com pouco espaço para jogar com Ten Hag, Ugarte será, certamente, um dos jogadores mais contentes com a possibilidade do técnico luso ser a aposta da direção, até porque este saberá certamente como dele tirar proveito - o que já aconteceu antes.
Onde fica Van Nistelrooy no meio disto tudo?
Ruud Van Nistelrooy regressou ao clube inglês na sequência da reformulação de que o clube foi alvo no último verão (altura em que, recorde-se, o contrato de Ten Hag foi renovado) e reside nele uma das grandes dúvidas deste cenário.
Amorim deposita grande confiança nos seus adjuntos Adélio Cândido, Carlos Fernandes e Jorge Vital, trio que o deve acompanhar rumo a terras de Sua Majestade. Ora, se isso acontecer, Van Nistelrooy perderá o lugar e, caso o clube o queira manter, é certo que Rúben Amorim será 'obrigado' a trabalhar com uma pessoa que não conhece e cujas ideias não se sabe se vão ao encontro das suas.
Será possível contrariar o mau início de época?
Apenas uma vitória nos últimos oito jogos. Foi este o registo que 'empurrou' Erik ten Hag para o desemprego, com a 'gota final' a ser a derrota diante do West Ham, por 2-1. Para já, os red devils encontram-se na 14.ª posição do campeonato inglês, com 11 pontos, e na 21.ª posição da Liga Europa, com três. O Sporting, por outro lado, é primeiro classificado na I Liga, isolado, e oitavo na Liga dos Campeões.
Uma das principais características do Sporting treinado por Rúben Amorim é a capacidade de fazer golos, o que certamente terá saltado à vista da direção do United. Na época transata, os leões apontaram 96 golos no campeonato e se não faltam ao clube jogadores com veia goleadora, como é o caso de Marcus Rashford, Alejandro Garnacho ou Hojlund, o difícil parece ser perceber como deixá-los nas melhores posições para o conseguirem demonstrar.
Se Viktor Gyokeres é a estrela maior do Sporting, então Amorim terá de passar a contar, acima de tudo, com Marcus Rashford, dado que é este o jogador com salário mais elevado no plantel. À vista saltam, no entanto, os vários problemas disciplinares protagonizados ao longo dos últimos anos.
Todos estes são argumentos que poderão levar Rúben Amorim a desistir da ideia de deixar o Sporting ou, por outro lado, servirão para de incentivo para reverter o passado recente do United. De qualquer das formas, em suma, não se adivinha tarefa fácil para o treinador português em Old Trafford.
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