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Um homem de 66 anos morreu na urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra, no passado domingo, após ter estado cerca de 10 horas na sala de espera. O caso foi denunciado pela família da vítima à RTP, que acredita que a morte foi provocada por abandono hospitalar.
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Segundo contou a enteada, o homem, identificado por José Pais, sentiu-se mal após ter comido míscaros que colheu. "Comeu-os na quinta-feira ao almoço e, no fim do mesmo dia, começou a sentir-se mal, com vómitos e diarreia", explicou, acrescentando que os sintomas prolongaram-se até sábado, dia em que se dirigiram ao Centro de Saúde de Tábua.
Em declarações à RTP, Rui Leitão, comandante dos Bombeiros Voluntários de Tábua, adiantou que a corporação foi acionada pelo centro de saúde "para fazer a transferência de um utente para os Hospitais da Universidade de Coimbra", que apresentava "desconforto abdominal com algum mal-estar súbito".
Já em Coimbra, José Pais fez a triagem e foi mandado para a sala de espera. Durante o tempo que esteve lá, terá sido chamado duas vezes, mas não respondeu.
"Resolveram dar-lhe alta por abandono, como se ele tivesse abandonado o hospital. Ele não o fez. Se não respondeu, foi mesmo porque não conseguiu", explicou a enteada.
Horas após a última chamada, pelas 00h00, um dos funcionários do hospital apercebeu-se que o homem ainda estava no local e questionou a sua presença, explicando-lhe que já tinha tido alta. José Pais decidiu então ligar a um vizinho para o ir buscar, mas quando o vizinho chegou ao hospital, já não conseguiu entrar em contacto com ele.
Na manhã seguinte, a mulher da vítima ligou para o hospital para tentar perceber o que tinha acontecido. Foi nessa altura que foi informada que o homem foi encontrado morto pelas 5h00 numa cadeira da sala de espera.
A família pretende avançar com uma queixa contra o hospital por acreditar que a morte foi causada por falta de socorro.
De acordo com a RTP, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra deu início a um processo interno para esclarecer o que aconteceu.
O Notícias ao Minuto contactou o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra para obter esclarecimentos sobre o caso, mas, até ao momento, não obteve resposta.
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