Depois do título conquistado na Fórmula 3 ao serviço da Prema, Pedro Matos acredita que é possível alcançar o mesmo sucesso este ano, naquela que será a sua primeira temporada como engenheiro de corrida na Fórmula 2 ao lado do jovem piloto norueguês, Dennis Hauger.
Terminada a época de testes, o engenheiro português fez um balanço positivo dos dias passados no Bahrain.
"Já tinha feito os testes de fim de ano, que serviram um bocadinho como introdução à categoria. Eu já tinha experiência de Fórmula 2, mas foi como engenheiro de data. Os testes correram bem de uma forma geral, mas é sempre difícil perspetivar algo porque não sabemos o que os outros fazem. No que nos diz respeito, correu muito bem, só foi pena termos a última sessão cancelada devido a uma tempestade", começou por contar Pedro Matos, em exclusivo ao Auto ao Minuto.
Este ano os travões na F2 são em carbono. Obriga-me a estar mais atento
A mudança de Pedro Matos não foi total. A categoria mudou, mas o facto de permanecer na mesma equipa ajudou na adaptação, que tem corrido bastante bem.
"É mais desafiante em relação à Fórmula 3 porque temos na Fórmula 2 a paragem obrigatória, temos também de ter uma ideia muito melhor do desgaste dos pneus para dizer aos pilotos onde podem poupar ou gastar. Isso foi novidade. De resto, como estou na mesma equipa e o método de trabalho é o mesmo, não foi assim tão diferente", realçou.
Pedro Matos à conversa com Dennis Hauger© Getty Images
Sobre o trabalho num novo monolugar, o engenheiro de corrida português sublinhou que este "é o continuar do trabalho feito pelos engenheiros do ano passado".
"Estamos a tentar colmatar alguns pontos menos bons. Relativamente ao meu trabalho, tenho por exemplo de estar mais atento aos travões porque este ano são em carbono. É preciso estar atento à sua temperatura para funcionarem da melhor maneira possível. Há também uma diferença no setup que utilizamos em corrida e em qualificação, exatamente para que os pneus possam durar um bocadinho mais. Como engenheiro, o que muda mais é o número de coisas a que tenho de estar atento, que este ano aumentaram", referiu.
Pedro Matos a festejar com Dennis Hauger a vitória na corrida 3 de Barcelona em Fórmula 3© Getty Images
Dennis Hauger, futuro campeão de Fórmula 2?
A Prema trabalha sempre com foco no título. O paradigma não muda este ano e ao lado de Dennis Hauger, Pedro Matos não esconde que o 1.º lugar no final desta temporada é o grande objetivo.
“É para isso que estamos a trabalhar. Depois de um ano como o do Oscar [Piastri] é claro que as expectativas estão um bocado elevadas. A Prema é também, como sempre, o alvo a abater pelas outras equipas. Em relação ao Denis, a mensagem que eu tento passar é que o campeonato é longo, são 14 corridas, e isto para um 'rookie' é um passo grande em relação à Fórmula 3. O problema é que na F2 temos pouco tempo de pista, o que torna as coisas mais difíceis para os rookies. Teremos agora duas corridas, no Bahrain e em Jeddah, e o importante é ser consistente e estar sempre no top10. Depois segue-se um teste em Barcelona, que pode servir de teste final. Acho que a partir daí poderá correr muito melhor”, perspetivou o engenheiro que, ainda assim, realça toda exigência competitiva numa grelha com nomes como Theo Pourchaire, Jack Doohan, Juri Vips, Felipe Drugovich ou Jehan Daruvala
“Vai ser bastante mais difícil do que no ano passado. Há talento e há muita experiência na grelha, mas estou convencido que o talento do Dennis aliado à experiência da Prema pode dar um muito bom resultado. Acho que a palavra de ordem vai ser consistência. Vai ser um ano que de maratona e não um sprint”, concluiu Pedro Matos.
A temporada de Fórmula 2 arranca com o Grande Prémio do Bahrain, no próximo dia 20 de março.
Dennis Hauger em ação nos testes de pré-temporada da Fórmula 2 no Bahrain© Getty Images