Todas as semanas, o Auto ao Minuto dará a conhecer qual foi o primeiro carro de personalidades ligadas às mais variadas áreas do desporto na mais recente rubrica: "O primeiro carro de...".
Daúto Faquirá, treinador de futebol que já orientou clubes como o Estrela da Amadora ou o Olhanense, desvendou-nos esta semana qual foi o primeiro automóvel que conduziu: um Renault 4L... repleto de história.
"Jogava no Sintrense, tinha algum dinheiro e fui com uns amigos, um deles mecânico, e o meu irmão a Benfica para o ver. Vi o anúncio no jornal e lá fomos. O carro custou na altura 100 e tal contos [cerca de 500 euros]", começou por contar Daúto Faquirá, em exclusivo ao Auto ao Minuto.
"A caixa de velocidades era na parte de cima, perto do tablier, e o vendedor disse que tinha um problema. A terceira saltava. Então eu tinha que meter a mudança e ficar lá com a mão… só largava quando metia a quarta (risos). O meu amigo mecânico disse que não era nada de especial e lá comprei o carro. Entretanto fui a outro mecânico amigo meu para ver qual era o arranjo daquilo. O problema ficou resolvido e paguei 90 contos! Nunca mais me esqueço… Ou seja, o arranjo da caixa ficou quase tão caro como o próprio carro (risos)", revelou o treinador de futebol.
Como já dissemos, este Renault 4L deixou várias memórias a Daúto Faquirá. No entanto, estas não ficam por aqui e o técnico teve mesmo de despender de mais algum dinheiro neste modelo que, recorde-se, foi lançado pela marca francesa no ano de 1961.
Conforme entro no cruzamento, vem um carro do outro lado e olha… Foi o guarda-lama, foi tudo!"Andava no exército na altura, tinha a carta há pouco tempo, e uma vez dei boleia a um colega e num cruzamento perguntei-lhe. ‘Olha, vê lá se desse lado posso ir’. ‘Por aqui podes ir’. Eu meti o carro e conforme entro no cruzamento, vem um carro do outro lado e olha… Foi o guarda-lama, foi tudo! Nem os meus pais sabem, nunca lhes contei isto. Levei-o a um bate chapas para arranjar o carro e foram mais 50 contos", revelou.
Antes de finalizar, Daúto Faquirá recordou connosco uma última curiosidade sobre o Renault 4L. É que até no momento da venda houve algo que ficou para contar.
"Anos depois vendi-o a um colega da faculdade. O tempo passou, entretanto já dávamos aulas, e fui a um evento de desporto escolar, onde me cruzei com esse meu colega a quem tinha vendido o 4L. E ele diz-me assim: ‘Olha o Daúto, o gajo que me vendeu o carro e na semana a seguir parou’. Contou-me que parou num sinal e o carro nunca mais arrancou. Poucos dias depois de eu vender o carro, ele morreu praticamente. É esta a história do meu primeiro carro (risos)", concluiu o técnico.