A Tesla apresentou na quarta-feira resultados trimestrais que foram sete vezes maiores do que os de há um ano, alimentados por fortes vendas, apesar dos problemas logísticos e cortes de produção na China, por causa da pandemia.
A empresa produtora de carros elétricos e painéis solares lucrou 3,3 mil milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, acima da expectativa dos analistas de Wall Street.
Os números, divulgados depois do fim da sessão bolsista, incluem uma faturação de 18,8 mil milhões de dólares, também acima das expectativas, que apontavam para 17,9 mil milhões de dólares. O desempenho foi alicerçado por subidas de preços para compensar a subida dos custos de vários metais usados para produzir as baterias, como lítio, níquel, cobalto e outros.
Pode ser difícil para a Tesla divulgar números similares ao longo deste ano, uma vez que está a enfrentar custos da instalação de novas fábricas na Alemanha e no Estado norte-americano do Texas, bem como custos crescentes de várias mercadorias. E está também a enfrentar uma concorrência em crescendo.
A empresa adiantou que a sua produção semanal no conjunto do trimestre foi forte, mas que uma subida dos casos de infeções com o novo coronavirus provocou o encerramento temporário da sua fábrica em Xangai, tal como parte da sua cadeia de montagem.
"Se bem que a produção limitada (na fábrica de Xangai) tenha recomeçado recentemente, continuamos a monitorizar a situação de perto", avançou a empresa, em carta destinada aos investidores.
Depois de ter fechado a sessão em Wall Street a perder cerca de cinco por cento, a cotação recuperou com a divulgação dos resultados. Desde o início do ano, a ação está a perder cerca de 7,5%.
Apesar dos seus problemas com a produção na China e na cadeia logística, a Tesla reiterou o seu objetivo de crescimento médio anual de 50% nas entregas de veículos ao longo dos próximos anos.
No primeiro trimestre, a Tesla vendeu 310 mil veículos a nível mundial, mais 68% do que no mesmo período de 2021.
No ano passado, a empresa vendeu uma quantidade recorde de 936 mil veículos, mais 87% do que em 2020. Em fevereiro, a empresa adiantou que espera para este ano um aumento de 50% nas suas vendas, o que significa cerca de 1,4 milhões de veículos.