Num comunicado conjunto, as duas empresas revelaram que a nova 'joint venture', chamada Nidec Aerospace, pretende investir mais de 77 milhões de dólares (73 milhões de euros) nos próximos anos.
O objetivo é desenvolver "sistemas elétricos de propulsão para o setor aeroespacial", incluindo para aeronaves elétricas de descolagem e aterragem horizontal (eVTOL, na sigla em inglês), denominados de carros voadores.
O comunicado confirmou a aprovação, por parte dos reguladores, do estabelecimento da Nidec Aerospace, com um capital inicial de 12 milhões de dólares (11,4 milhões de euros), em que a Nidec detém uma participação de 51% e a Embraer 49%.
O documento revelou ainda que Vincent Braley, até agora líder das operações para veículos elétricos da Nidec Motor Corp, uma subsidiária da fabricante japonesa nos Estados Unidos, foi nomeado presidente executivo da parceria.
"Juntas, as nossas extraordinárias equipas poderão desenvolver soluções avançadas para colaborar com o futuro da aviação sustentável", disse o vice-presidente sénior de Estratégia Corporativa, Digital e Inovação da Embraer, Dimas Tomelin.
No mesmo comunicado, o vice-presidente sénior da Nidec, Michael Briggs, disse que a aposta em aeronaves elétricas parte de uma "visão conjunta de avançar e eletrificar a maneira como o mundo se move".
A Nidec Aerospace será localizada em Saint Louis, no centro-oeste dos EUA, na sede da Nidec Motor Corp, e irá contar com o suporte das fábricas da Nidec e da Embraer no Brasil e no México, revelaram as duas empresas em junho.
A 'joint venture', apresentada na 54.ª edição do Paris Air Show, em junho, já tem o primeiro cliente para o sistema elétrico para os eVTOL, a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer.
A Eve pretende desenvolver e construir um ecossistema de mobilidade urbana sustentável, que inclua o eVTOL e a respetiva rede de serviço e apoio, bem como toda a infraestrutura que vai apoiar esta nova forma de transporte, incluindo os aeroportos de aterragem e descolagem verticais.
A Eve assinou em junho de 2022 uma carta de intenção para entregar até 35 aeronaves elétricas à Falcon Aviation Services, que opera na região do Médio Oriente e África, a partir de 2026.
No final de abril, a Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, assinou um memorando de entendimento com várias empresas aeroespaciais portuguesas para desenvolver a Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal.
A empresa brasileira opera duas fábricas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora e é também acionista da OGMA -- Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65% do capital, em Alverca.
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