Sindicato automóvel dos EUA alcança acordo de princípio com Stellantis
O sindicato United Auto Workers (UAW) anunciou no sábado ter chegado a um acordo de princípio com a fabricante automóvel Stellantis para pôr fim a uma greve que durava há quase seis semanas.
© Lusa
Auto STELLANTIS
O sindicato revelou que o novo acordo inclui um aumento salarial de 25% para os trabalhadores até 2028, dos quais 11% assim que for ratificado, termos semelhantes aos alcançados há três dias com uma outra fabricante automóvel, a Ford.
A medida vai elevar os salários dos trabalhadores mais bem pagos das fábricas da Stellantis, conhecida sobretudo pela marca Jeep, de cerca de 31 dólares (29 euros) por hora para mais de 42 dólares (40 euros) por hora.
O acordo vai necessitar do apoio da maioria dos trabalhadores filiados no sindicato para entrar em vigor, sendo possível que os líderes sindicais demorem vários dias a aprovar a proposta.
"Os trabalhadores da Stellantis irão retornar ao trabalho durante o processo de ratificação do acordo", afirmou o UAW, num comunicado.
O vice-presidente do UAW, Rich Boyer, observou que, "há oito meses, a Stellantis paralisou a fábrica de montagem de automóveis de Belvidere, deixando 1.200 membros [do sindicato] na rua".
"Graças à força da nossa greve, estamos a recuperar esses empregos e muito mais", acrescentou, indicando que a Stellantis irá reabrir a fábrica e também criar mais de mil empregos numa nova fábrica de baterias, também em Belvidere.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, aplaudiu o acordo, que descreveu como "histórico".
"Este acordo recompensa os trabalhadores que tanto sacrificaram para reanimar a nossa indústria automóvel com aumentos recordes, maior segurança na reforma e mais direitos e respeito no trabalho", disse o democrata.
Biden observou que o acordo é uma prova do poder dos sindicatos e da negociação coletiva para criar "empregos fortes para a classe média" e ajudar "as empresas americanas mais icónicas a prosperar".
A General Motors (GM) passa a ser a única das fabricantes automóveis conhecidas como 'Três Grandes de Detroit' ainda a enfrentar esta greve.
No sábado à noite, o sindicato alargou a paralisação a uma fábrica da GM em Spring Hill, Tennessee, num esforço para aumentar a pressão sobre a empresa.
Num comunicado, a GM disse estar dececionada com a decisão, sublinhando que sempre negociou de boa-fé com o sindicato, e acrescentou que deseja chegar a um acordo o mais rápido possível.
A imprensa norte-americana disse que o UAW e a GM deverão retomar hoje as negociações.
A fabricante automóvel disse esta semana que a greve representa um custo de 200 milhões de dólares (189 milhões de euros) por semana, após anunciar lucros de 3,3 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros) no terceiro trimestre.
O UAW iniciou em 15 de setembro uma greve progressiva e simultânea na GM, Ford e Stellantis, sem precedentes na história do sindicato, na ausência de acordo sobre um novo contrato coletivo de trabalho.
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