Grafite moçambicano vai fornecer baterias dos carros elétricos da Lucid

O grafite extraído na mina moçambicana de Balama pela mineradora australiana Syrah vai ser usado a partir de 2026 nas baterias da fabricante de carros elétricos norte-americana Lucid, considerada uma das mais avançadas do mundo.

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© Getty Images

Lusa
24/02/2025 10:02 ‧ há 3 horas por Lusa

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De acordo com uma informação aos mercados prestada hoje pela Syrah, trata-se de um acordo a três anos que envolve a fábrica Vidalia, daquele grupo australiano, nos Estados Unidos da América (EUA), que por sua vez é alimentada pelo grafite extraído no norte de Moçambique, prevendo o fornecimento, durante três anos, de 7.000 toneladas de material de ânodo ativo de grafite natural (AMM).

 

A Lucid é uma empresa de tecnologia cotada na Nasdaq, sediada em Silicon Valley e está a trabalhar, recorda a Syrah, "na criação dos veículos elétricos mais avançados do mundo, com o melhor desempenho e eficiência da sua classe".

Na sua fábrica de última geração no Arizona, EUA, a marca produz o Lucid Air, bem como um novo modelo SUV, o Lucid Gravity, e a partir de janeiro de 2026 a Vidalia vai fornecer o material aos fabricantes de baterias daquela marca automóvel.

"A Vidalia e a sua integração vertical com a [mina moçambicana de] Balama são uma proposta de valor única para os governos e participantes na cadeia de fornecimento de baterias", sublinha a Syrah, referindo que na estrutura atual da cadeia de fornecimento de grafite natural e AAM, a Vidalia "é um dos poucos fornecedores" do género deste "mineral crítico fornecido".

Assim, refere, a Vidalia, alimentada pela mina de Bolama, na província de Cabo Delgado, "é uma fonte essencial de fornecimento de minerais essenciais para o mercado norte-americano de baterias para veículos elétricos".

A mineradora australiana Syrah anunciou anteriormente que recebeu em novembro o primeiro desembolso, no valor de 53 milhões de dólares (50,9 milhões de euros), de um empréstimo de 150 milhões de dólares (144 milhões de euros) da International Development Finance Corporation (DFC).

Este foi o primeiro empréstimo do género da instituição de financiamento ao desenvolvimento do Governo norte-americano para uma operação de mineração de grafite, envolvendo a expansão da mina, em Balama, e a sua sustentabilidade.

"Mais desembolsos de empréstimos da DFC não estão disponíveis enquanto as operações de Balama estiverem bloqueadas pelas ações de protesto. A interrupção das operações em Balama está a ser monitorizada por todas as partes", referiu a Syrah, afirmando que "continua a trabalhar em colaboração" com a DFC e o Departamento de Energia norte-americano.

A produção de Balama tinha subido para 41 mil toneladas de grafite natural no primeiro trimestre de 2023, face a 35 mil toneladas no trimestre anterior, acima das vendas, que subiram de 28 para 30 mil toneladas.

A firma australiana construiu em Vidalia, no sudeste dos Estados Unidos da América, uma fábrica de material para baterias, alimentada com minério moçambicano, neste caso com duas toneladas enviadas já em abril passado.

Moçambique esperava produzir em 2024 mais de 329.040 toneladas de grafite, matéria-prima necessária à produção de baterias para viaturas elétricas, um aumento superior a 180% face ao desempenho deste ano, segundo a previsão do Governo.

O país produziu 120 mil toneladas de grafite em 2020, desempenho que caiu para 77.116 toneladas no ano seguinte, enquanto as estimativas para 2022 e 2023 foram, respetivamente, de 182.024 e 117.416 toneladas.

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