Mais de 20% das moratórias dos empréstimos da casa terminam esta quarta-feira, quando acaba o regime privado da Associação Portuguesa de Bancos (APB) para o crédito hipotecário, tendo de voltar a pagar as prestações da casa a partir de 1 abril. Esta quarta-feira também termina o período de adesão à moratória pública, recorde-se.
O número de famílias que aderiu às moratórias no crédito à habitação aumentou no arranque do ano. Em janeiro, 17,1 mil milhões correspondiam a empréstimos para habitação, dos quais 3,7 mil milhões estavam sob o regime de moratória privada.
De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP), no final de janeiro deste ano existiam cerca de 302.900 famílias com o pagamento da prestação da casa ao banco suspenso, mais 500 do que o registado em dezembro de 2020.
Ainda assim, "nas moratórias privadas na habitação, desde o ponto mais alto, em junho, até fevereiro registou-se uma redução de 42% nas moratórias privadas", afirma o governador do BdP, Mário Centeno, esta terça-feira no Parlamento sobre o impacto do fim das moratórias.
O aumento do número de adesões poderá coincidir com a aprovação das alterações ao regime da moratória pública, pois “desde outubro, tivemos um aumento no crédito à habitação de 242 milhões de euros na moratória pública e uma redução de 785 milhões de crédito na moratória privada”, diz Centeno, indicando que esses dados indicam alguma transferência.
Por seu lado, a Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do setor bancário defende o prolongamento das moratórias no crédito visto que o contributo do sistema financeira poderá ser posto em causa, com o possível "crescimento dos incumprimentos", relata a agência Lusa.
Os números divulgados pelo Banco de Portugal, que vai passar a atualizar mensalmente, ao final de cada mês, são dados relativos à evolução das moratórias bancárias que foram introduzidas em março do ano passado por causa do impacto da pandemia na economia.
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