Lançada em março de 2020, no âmbito da Associação Portuguesa de Banco (APB), a moratória privada dirigiu-se a particulares abrangendo créditos à habitação, bem como créditos hipotecários e pessoais não abrangidos pelas moratórias públicas.
No caso do crédito à habitação, as moratórias privadas foram definidas para vigorar até 31 de março de 2021, retomando-se o pagamento destes empréstimos a partir de abril.
Na terça-feira, numa audição no parlamento sobre moratórias bancárias, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, referiu que do total de 294.700 devedores com moratória de crédito à habitação (pública e privada), 86 mil tinham aderido à privada.
O valor médio dos empréstimos destas 86 mil famílias ronda os 38 mil euros -- inferior aos 65 mil euros médios dos créditos à habitação que estão nas moratórias públicas.
Na mesma audição, em que deputados de vários partidos manifestaram a sua preocupação com o fim da moratória privada, Mário Centeno precisou que, entre junho e fevereiro, o valor do crédito à habitação protegido pelas moratórias recuou 2.375 milhões de euros, refletindo uma queda de 42%.
No caso do crédito ao consumo, a moratória privada aplica-se até 12 meses após a contratação, com o limite de 30 de junho.
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