As Universidades são centros críticos de produção de conhecimento e de inovação, e desde a criação da Trienal envolvemos estas instituições no programa das edições do seu evento mais emblemático. Assim, convocam-se a participar, as escolas de todo o mundo a fazer parte do programa central da 6.ª edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa para 2022. As candidaturas terminam no dia 15 de novembro.
De acordo com o Trienal de Arquitetura de Lisboa, o concurso está aberto diretamente à área da arquitetura e também a disciplinas conexas, sejam estas das vertentes do projeto, como o urbanismo ou a arquitetura paisagista, de vertente técnica, como as tecnologias de construção ou de materiais, ou as de abordagem multidisciplinar, como a sociologia urbana ou estudos ambientais.
Esta edição, intitulada Terra, explora como os paradigmas recentes estão a mudar a nossa forma de criação de lugares num planeta globalizado. Nessa conjuntura crítica, a arquitetura pode ligar-nos ao chão tanto quanto pode elevar-nos, refere a Trienal de Arquitetura de Lisboa.
O Concurso está aberto a propostas enquadradas na disciplina de projeto, projetos de investigação com forte componente visual, ou projetos de intervenção. Nesse sentido, procuram-se propostas de várias tipologias de projeto que se pretende sejam de resposta arquitetónica ou com potencial de desenvolvimento prático, lê-se no documento.
Uma das grandes novidades desta edição é que, pela primeira vez, o prémio assume dois níveis de participação através de programas de mestrado e também de investigação. O objetivo é estimular a participação individual e coletiva para a produção de conhecimento em, para e sobre arquitetura, refere o concurso na sua página oficial.
Note que cada proposta candidata deve incidir sobre pelo menos um dos subtemas que integram o programa da Trienal nas suas quatro exposições nucleares.
Tema 1 - Multiplicidade
Para enfrentar a incerteza global à escala micro e macro, a arquitetura, e as suas disciplinas conexas, estão a ser chamadas a adaptar-se a estados de fluxo múltiplos e clivagens tecnológicas.
Como podem alguns dos maiores desafios globais, incluindo as alterações climáticas, pandemias, desigualdades socioeconómicas e conflitos culturais, ser interpretados à escala arquitetónica? Como podem ser alargados os cânones atuais para enfrentar contextos de extrema incerteza? Que formas toma uma arquitetura mais inclusiva e que responde a estes desafios?
Tema 2 - Comum pelo Desenho
As cidades são organismos em constante mudança. Assim, como pode a arquitetura e as suas disciplinas ser veículos de mudança relevantes nos processos de remediação de desequilíbrios? Que tipo de infraestruturas autorreflexivas e retroativas têm a capacidade de repor necessidades básicas, serviços, dignidade espacial e sentido de pertença? Que mecanismos podem permitir uma existência coletiva no meio da densidade urbana?
Tema 3 - Ciclos
A consulta ao passado e ao presente da construção pode levar a encontros virtuosos entre sustentabilidade, economia e memória. Como podem os métodos de reapropriação adotar a redistribuição da matéria e desafiar a rotina do extrativismo? Que estratégias podem ser utilizadas para conceber novos ciclos para construções condenadas a perecer ou em dificuldade de sobrevivência? Como é que a arquitetura reconhece o uso de energia, água, mão-de-obra humana e a pegada de carbono originalmente incorporada na produção de materiais, em novos processos de fabrico?
Tema 4 - Visionárias
As ideias visionárias são uma necessidade básica. O que é invulgar e aparentemente impossível pode ser realizado, e até aceite por muitos como um novo modelo. Como podem ser criadas linhas de pensamento de longo prazo para promover transformações sistémicas, por equipas multidisciplinares? Que protótipos arquitetónicos podem ser produzidos no futuro, e como serão replicados? Como podem os materiais emergentes afetar a forma e o processo de produção arquitetónica e alterar radicalmente a nossa abordagem ao design a longo prazo?
Uma seleção de doze propostas fará parte do conteúdo das quatro exposições centrais da 6.ª edição da Trienal, saliente-se. Cada exposição conta incluir três propostas em que ambas as categorias estarão representadas.
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