Em várias partes do mundo, tem-se observado cada vez mais o abandono gradual dos centros comerciais. Note que esta é uma tendência vista ao longo dos anos, devido à alta adesão dos clientes às lojas online e ao e-commerce, que agora foi reforçada com o aparecimento da atual pandemia, de acordo com a plataforma Archdaily. Por causa da Covid-19, atualmente, existem várias lojas americanas a entrar em insolvência e a anunciar o seu fecho, como é o caso da JC Penney.
Com isto, começa-se a questionar se o modelo tradicional destes espaços de comércio chegou ao fim. O mais certo é que os centros comerciais poderão nunca mais ser os mesmos, faz notar a plataforma.
Segundo o Archdaily, estudos revelam que já há centros comerciais nos EUA a serem convertidos em complexos residenciais. Isto é, investidores internacionais estão a aproveitar o desuso destes grandes espaços para apostar em mega projetos imobiliários e aproveitar a estrutura já existente para construir imóveis destinados à habitação, mantendo apenas uma parcela de lojas essenciais.
Em Seattle, por exemplo, o centro comercial Center Alderwood está a ser transformado num projeto residencial com a construção de 300 novas unidades e parque de estacionamento subterrâneo, lê-se no artigo da plataforma especialista no setor arquitetónico.
Contudo, este empreendimento não apagará por completo o lado comercial, sendo que as lojas ocuparão ainda 90.000 m2 do espaço. Ainda assim, quando o novo Alderwood for reaberto, o foco terá mudado, salienta o Archdaily.
Por outro lado, existe também os defensores que afirmam que os centros comerciais poderiam e deveriam tornar-se em espaços dedicados ao entretenimento, faz notar a plataforma norte-americana. Em causa, está o facto de que é necessário que haja mais interação com o cliente.
Por exemplo, uma empresa norueguesa de robótica projetou uma solução para as mudanças criadas pela Covid-19. A solução proposta é um sistema cúbico para armazenar mercadorias, posteriormente organizadas por robôs e levadas aos trabalhadores e clientes, de forma a aumentar a interação entre os cidadãos. A empresa revela que, desta forma, economiza espaço, tempo e pode abrir inúmeras oportunidades no mercado logístico.
Assim, com a ajuda da tecnologia, as lojas poderiam oferecer mais experiências interligadas aos clientes e deixar para trás o modelo adotado desde o século XX, afirma a Archdaily.
Em suma, segundo a plataforma, tudo indica que o design dos centros comerciais deverá ser mais imersivo e interativo, sendo que o modelo antigo terá de ser mais trabalhado. Assim, é necessário rever o formato tradicional destes espaços destinados ao comércio, seja por conta de pandemias, seja por conta das compras online.
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