"É com grande satisfação e com um forte sentimento de dever cumprido que estamos em condições de comunicar aos nossos associados da forte adesão por parte bancos e das Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento em anuírem às nossas solicitações e preocupações, com acordos já implementados nas atualizações de honorários, entre outras correções tão necessárias", afirma o secretário-geral da associação, Rui Esteves, citado no comunicado.
As dificuldades dos avaliadores imobiliários surgem na sequência do aumento do preço dos combustíveis e da inflação, como efeito da pandemia da covid-19 e, mais recentemente, do conflito armado na Ucrânia.
A Asaval começou em março a reunir-se com bancos e com sociedades gestoras de fundos, com o objetivo de sensibilizar acerca das dificuldades dos seus associados, peritos avaliadores, perante os "retrocessos dos honorários" praticados na avaliação imobiliária, apelando a medidas que conduzissem a uma melhor remuneração da atividade, entre outras medidas.
No seguimento desta iniciativa, e porque a Asaval diz pretender ser a associação "de todos" os avaliadores imobiliários, sensibilizou os seus associados coletivos para que atualizassem os honorários dos seus peritos avaliadores externos.
"Estamos no bom caminho, vamos continuar a sensibilizar aquelas entidades que, por este ou aquele motivo, ainda o não fizeram. Mas estamos plenamente convencidos que o farão dentro dum prazo aceitável", defende no documento hoje divulgado.
Apesar de nem todos os peritos avaliadores imobiliários em Portugal serem associados da Asaval, o secretário-geral lembra que não vão, por isso, ficar de fora destas melhorias conseguidas.
Foi também em março, quando começaram as reuniões da Asaval com bancos e gestores de fundos, que o Movimento dos Peritos Avaliadores de Imóveis (MPAI) -- um grupo de trabalho criado em 2018 para melhorar as condições da atividade de avaliação imobiliária para o sistema financeiro nacional -- promoveu uma suspensão das avaliações para bancos, até 03 de abril, reclamando melhor remuneração e mais tempo para execução dos processos de crédito, entre outras contestações.
A remuneração dos serviços de avaliação prestados pelos peritos registados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) foi um dos motivos da suspensão, considerando o MPAI que "não é compatível com os gastos inerentes à execução dos processos e sustentabilidade da atividade para o pagamento das novas despesas associadas à atividade, como seguros de responsabilidade civil e taxas da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]".
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