Snu e Francisco Sá Carneiro: Protagonistas de um amor que marcou Portugal

Pedro Almendra é um dos protagonistas do filme português que está prestes a chegar aos cinemas, realizado por Patrícia Sequeira, contando com o argumento de Cláudia Clemente e a consultoria histórica de Helena Matos.

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© Global Imagens

Marina Gonçalves
28/02/2019 10:30 ‧ 28/02/2019 por Marina Gonçalves

Cultura

Pedro Almendra

É no papel de Francisco Sá Carneiro que vamos ver Pedro Almendra já no próximo dia 7 de março, nos cinemas. Esta é a data da estreia do filme ‘Snu’, um romance que conta a história de amor entre o antigo primeiro-ministro e a editora dinamarquesa Snu Abecassis (personagem interpretada por Inês Castel-Branco). 

Em conversa com o Notícias ao Minuto, o ator relatou alguns dos melhores momentos vividos com este trabalho, que é a sua primeira experiência mais longa em cinema.

Com a longa-metragem quase a chegar aos grandes ecrãs, Pedro descreveu este político português que marcou uma geração durante uma breve entrevista, confessando que não o conhecia inteiramente, mas que rapidamente o cativou pela honestidade. “Era uma pessoa honesta, muito fiel aos seus princípios, às suas ideias, muito focado e centrado nos problemas do país, de facto, e não nos problemas de uma parte do país. São qualidades fundamentais numa pessoa que mexe com os assuntos de um país”, disse.

Na preparação para este papel, Pedro Almendra conta que todo este processo foi “longo”, com “várias reuniões e ensaios”. Com a consultoria histórica de Helena Matos, contou ainda com os vários registos em vídeo que existem de Francisco Sá Carneiro, assim como todos os livros sobre o mesmo.

Tentei chegar a uma pessoa que está muito presente na vida dos portugueses, especialmente numa determinada geração, na da minha mãe por exemplo. E que marcou muito a história de Portugal, tanto ele como eles os dois. A minha preparação foi através da leitura de várias biografias, como da Cândida Pinto que tem uma biografia belíssima sobre a Snu Abecassis… e são vídeos para tentar perceber os seus jeitos, a forma de ele se mexer, de falar”, explica.

Um trabalho que o levou a adquirir novos e valiosos conhecimentos, tanto com a sua personagem como com a restante equipa que esteve ao seu lado. “Aprendi que a honestidade e a firmeza de carácter são fundamentais quando queremos interpretar alguém com a firmeza e a honestidade que caracterizavam este homem”, salienta.

E o que distingue esta história de amor de outras? “É um romance que mexeu muito com uma época muito negra do nosso país, uma época de fascismo e de clausura, de repressão do povo português. E é um romance que para além do 25 de Abril, [li isto em algum lado] isto foi outra revolução. Depois do 25 de Abril houve uma revolução na mente dos portugueses e este romance foi essa revolução. Acho que dizia a própria Cândida Pinto ou a filha da Snu, a Rebeca, que as pessoas depois de conhecerem este romance, de perceberem a força do amor destas duas pessoas que ultrapassaram questões religiosas, pessoais, sociais. Amores que já não estavam a funcionar e que era presos por um casamento, por um certo estigma da sociedade, foram-se libertando. As pessoas começaram a dar mais importância ao amor do que propriamente à questão social do casamento, de manter uma espécie de fachada que só as entristecia. Este romance é diferente dos outros também porque é nosso, porque não é um Pedro e Inês, é um Francisco e Snu que às vezes parece que toda a gente sabe dele, mas ninguém o conhece. Acho que vai ser delicioso das pessoas perceberam em ficção como é que era a intimidade destas duas pessoas que de alguma forma transformaram o país”, reforça.

Um trabalho realizado por Patrícia Sequeira que ficará para sempre guardado na sua memória, pois apenas resultaram “recordações maravilhosas”. “A Patrícia é uma realizadora extraordinária, uma pessoa que não tem meias palavras para dizer aquilo que sente e que quer dos atores. Tanto de nós, como da figuração, como da técnica… para além de ter sido uma belíssima experiência, foi uma aprendizagem muito grande com a Patrícia porque ela não nos deixa ser desonestos. Parece que tem uma varinha de condão que nos obriga a centrar e a sermos verdadeiros connosco e com a própria personagem. Foi muito bom”, remata.

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