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Peça de teatro sobre a Mãe Soberana estreia na sexta-feira em Loulé

A peça de teatro Soberana, inspirada numa secular tradição religiosa de Loulé, estreia na sexta-feira à noite no Cineteatro Louletano, naquele que será o último espetáculo de 2019 do Teatro do Eléctrico.

Peça de teatro sobre a Mãe Soberana estreia na sexta-feira em Loulé
Notícias ao Minuto

11:33 - 20/06/19 por Lusa

Cultura Palco

A peça Soberana, Mãe Soberana de Loulé é uma criação de Ana Lázaro e Ricardo Neves-Neves baseada na história e no culto da Mãe Soberana, uma manifestação religiosa que remonta ao século XVI e acontece, anualmente, na altura da Páscoa, em honra da Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Loulé.

O espetáculo, com texto de Ana Lázaro, encenação de Ricardo Neves-Neves e direção musical de Rita Nunes, surgiu na sequência de um convite da Câmara de Loulé dirigido ao Teatro do Eléctrico, que já tinha produzido A Freguesia, que encerrou o programa comemorativo dos 100 anos da freguesia de Quarteira.

Esta celebração, conhecida como a maior manifestação religiosa a Sul de Fátima, atrai anualmente milhares de pessoas à cidade, e é composta pela Festa Pequena, no domingo de Páscoa, em que a imagem da padroeira desce à cidade, e pela Festa Grande, duas semanas depois, em que os homens carregam o andor no sentido inverso, de regresso à ermida.

Citada em comunicado, a autora do texto, Ana Lázaro, conta que assim que começou a pesquisar sobre a Mãe Soberana percebeu "que mais do que uma manifestação religiosa, cultural e histórica, esta é, tal como o vínculo genético e intrínseco que liga a mãe com o seu filho, parte de um corpo coletivo, da identidade de um povo".

Ana Lázaro reconhece que está é uma "tarefa infindável" e que o desafio de escrever sobre a Mãe Soberana reside no facto de estar a escrever "sobre todos os louletanos, sobre as suas vidas e o seu passado, sobre as suas esperanças e memórias".

Para produzir o texto, a autora tentou auscultar como "mãe e filhos se entranham numa vibração extra-humana", que vai para além do corpo, da voz, e dos registos documentais.

"A filiação dos louletanos à sua mãe perde-se no tempo e no espaço, está arreigada no sangue, nos ciclos das estações, na luta diária, na alegria e na dor que vivem, sob uma ligação íntima impar de proteção e cumplicidade", sublinha.

Ana Lázaro é escritora, encenadora e atriz e estreou-se no Te-ato -- Grupo de Teatro de Leiria, antes de se mudar para Lisboa, aos 17 anos, para ingressar na Escola Superior de Teatro e Cinema onde completou a Licenciatura em Teatro -- Atores.

Na sequência do seu trabalho como criadora integrou diversos festivais de Artes, com destaque para a Bienal de Veneza em 2015 e festivais de teatro e artes na Turquia e em Malta, entre outros.

Foi convidada como artista Residente no Art Peace Hotel, Xangai -- China, e recebeu uma Bolsa Grundtvig -- Comissão Europeia, para integrar a Formação ARIADNE -- Artes aplicadas a Contextos Sociais de Migração.

Ricardo Neves-Neves é também licenciado em Teatro-Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema e ainda especialista em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras de Lisboa.

Encenou obras de Sophia de Mello Breyner Andresen, Lewis Carroll, Edward Albee, Karl Valentin, Copi, Ana Lázaro, Spiro Scimone, Martin Crimp, J. J. Rousseau, W. A. Mozart e Charles Dickens.

Já colaborou com Teatro Nacional de São Carlos, Artistas Unidos, Teatro da Terra, Primeiros Sintomas, Temporada Darcos, Força de Produção, Teatro da Trindade, Teatroesfera, Teatro Meridional e Centro de Estudos de Teatro, entre outros.

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