De acordo com o presidente da Fundação D. Luis I, Salvato Teles de Menezes, o protocolo, que agora termina, "será renovado em termos praticamente idênticos, com alguns ajustes que vão permitir o aprofundamento da relação" entre as partes.
O acordo para a criação da Casa das Histórias Paula Rego, inaugurada em 2009 para acolher, divulgar e preservar a obra da artista plástica portuguesa, foi assinado entre Paula Rego e a CMC, tendo depois a Fundação D. Luis I ficado com a gestão do equipamento cultural.
"O contrato original foi feito com a câmara, que é a proprietária das obras [cerca de 620 em pintura, desenho e gravura], e a Fundação D. Luís I é a responsável pela gestão logística, administrativa e financeira da Casa das Histórias, cujo financiamento também é da autarquia", recordou o responsável.
A Fundação D. Luís I é a entidade responsável pela gestão dos equipamentos culturais da CMC - autarquia presidida atualmente por Carlos Carreiras - que integram o museu dedicado a Paula Rego.
Teles de Menezes disse à Lusa que as partes envolvidas "já concordaram com a renovação por mais dez anos, e a assinatura deverá ser realizada entre final de setembro e início de outubro".
"Há uma intenção até de alargar a colaboração entre as partes e de aprofundá-las", acrescentou.
"Chegou a correr a ideia de que a pintora ponderava levar o seu acervo para fora de Portugal, mas nada disso é verdade", disse o responsável, referindo-se a notícias de que Paula Rego quis acabar com o projeto quando a sua fundação foi extinta, em 2015, no âmbito de uma reestruturação do universo das fundações do país, levada a cabo pelo anterior governo.
Sobre a área artística do espaço, disse que vai continuar a ser da responsabilidade da coordenadora da Casa das Histórias, Catarina Alfaro, que tem vindo a delinear as exposições da obra da pintora.
Cabe à curadora preparar a programação e as exposições, e de apresentar o seu plano a uma comissão paritária composta por Nick Willing, filho de Paula Rego, e do próprio presidente da Fundação D. Luís I.
"Até agora temos tido sempre uma abertura total às propostas da coordenadora", referiu, acrescentando que o futuro acordo aponta para uma "maior internacionalização" do museu.
De acordo com Salvato Teles de Menezes, a Casa das Histórias tem recebido, ao longo dos anos, vários pedidos de cedência de obras de Paula Rego para exibição em exposições, nomeadamente na Europa e nas Américas.
Entre os pedidos, estão instituições de referência em Portugal e no estrangeiro como a Pinacoteca de S. Paulo, no Brasil, o Museu de Arte Contemporânea de Monterrey, no México, a Tate Britan e a House of Illustration, em Londres, Reino Unido, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o Musée d'Arts Contemporaines, em Marselha, a Hungarian National Gallery, em Budapeste, ou o Musée de L'Orangerie, em Paris.
Contactado pela agência Lusa, Nick Willing, filho de Paula Rego, comentou que "é muito importante saber que esta relação vai continuar por mais dez anos".
"Este novo contrato ficou até melhor do que era", disse.
Para Nick Willing, o museu "não seria possível de existir sem a ajuda da câmara de Cascais, da Fundação D. Luís I e da Catarina Alfaro", coordenadora do espaço.
"Sem eles não teria sido possível continuar", disse, sublinhando o trabalho excecional da coordenadora, como conservadora e curadora da Casa das Histórias.
A Casa das Histórias Paula Rego vai celebrar uma década de existência a 18 de setembro, e tem prevista uma programação de iniciativas para o fim de semana de 21 e 22 de setembro.