José Mário Branco: "Foi um vanguardista"

A artista Surma, nome artístico de Débora Umbelino, afirmou hoje que José Mário Branco foi "um vanguardista" e um músico único no panorama musical português.

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Lusa
19/11/2019 16:18 ‧ 19/11/2019 por Lusa

Cultura

Surma

A artista de 24 anos teve o seu primeiro contacto com a música de José Mário Branco aos oito anos de idade, em casa do avô, quando fazia de banda sonora enquanto terminava os trabalhos de casa.

Só mais tarde descobriu a "grande complexidade" da obra do cantautor que morreu aos 77 anos de idade, referiu.

Já no liceu, com 17 ou 18 anos, Débora Umbelino começou a "entrar no mundo lírico" de José Mário Branco, tendo ficado encantada pelos seus arranjos.

"Ele era mesmo fora para a época. Era um vanguardista", disse à agência Lusa a artista de Leiria, que este ano reinterpretou o tema 'Ronda do Soldadinho', 'single' de 1969, a convite da Antena 1, a propósito das comemorações do 25 de Abril.

Para Surma, José Mário Branco, pela forma como trabalhou os arranjos e quis "arriscar", acabou por abrir "um leque de oportunidades para a música portuguesa".

"É um mundo único e uma personalidade que não se vê hoje em dia", vincou.

Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco, que morreu em Lisboa, é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, sobretudo no final dos anos 1960, quando estava exilado em França, e durante o período revolucionário.

O seu trabalho estende-se também ao cinema e ao teatro.

Compôs para peças como 'A Mãe', sobre Bertolt Brecht e Maximo Gorki (levada à cena na Comuna), que daria origem a um dos seus álbuns, e para filmes como 'Até Amanhã, Mário', de Solveig Nordlund, e 'Três Menos Eu', de João Canijo, assim como para 'Agosto' e 'Ninguém Duas Vezes', de Jorge Silva Melo, que também interpretou.

Regressado a Portugal, após 25 de Abril, foi fundador do GAC, politicamente próximo da antiga União Democrática Popular (UDP), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo e a UPAV.

Em 2018, José Mário Branco completou meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999.

A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, gravados de 1971 a 2004.

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