"O Carnaval da Graciosa tem história, tradição e memória, com uma grande quantidade e diversidade de atividades", disse o diretor da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa da Graciosa, entidade gestora do Museu do Carnaval que funciona na Casa do Povo da Praia.
Jorge Cunha explicou que o espaço abriu "há dois anos e desde então tem vindo a arrecadar cada vez mais acervo", dada a grande quantidade de trajes e fantasias confecionados anualmente pelas costureiras locais, daí que o espaço tenha vindo a aumentar consideravelmente o seu espólio. Atualmente a exposição é constituída por cinco núcleos.
"Sempre que é possível vamos adquirindo mais. As pessoas dão fantasias. E nós vamos substituindo umas por outras, dada a grande quantidade de trajes e fantasias que saem todos os anos", adiantou.
São cerca de 40 os trajes confecionados por costureiras locais em exposição no Museu do Carnaval da Graciosa e "algumas destas fantasias têm mais de 30 anos", de acordo com o diretor.
"A fotografia mais antiga é de 1914 e é uma foto só de senhoras após um baile. Existem ainda fotografias dos anos 30, 40, 60, 70, 90 e até 2000", explicou ainda Jorge Cunha, salientando que "antigamente a maior parte dos bailes eram animados com recurso a instrumentos de corda e o piano apenas usado em algumas casas particulares".
O museu conta com um espaço para as costureiras locais, que são também um elemento importante na confeção das fantasias na ilha, e um núcleo dedicado aos bailinhos de Carnaval na Graciosa.
"São muitos os grupos do exterior que nos contactam para visitarem o museu, para verem fotografias ou fantasias antigas", sublinhou o responsável, acrescentando que o museu tem ainda uma vertente itinerante, podendo realizar exposições temporárias noutras localidades da ilha.
O Carnaval de salão tipicamente graciosense "é o resultado de todo um trabalho que tem história e tradição, devido ao empenhamento das pessoas", frisou o responsável do Museu do Carnaval da Graciosa.
Os bailes decorrem até de madrugada um pouco por toda a ilha em salões e, segundo Jorge Cunha, "anualmente são elaborados entre 18 e 20 trajes diferentes".
Em 1990, Jorge Cunha integrou a organização da Semana do Carnaval.
"Esta organização funcionou durante oito anos, sendo responsável por projetar o Carnaval no exterior", explicou, destacando o trabalho muito intenso junto da comunidade neste objetivo e na dinamização da ilha nesta época baixa.
Ainda hoje, sublinhou, os graciosenses envolvem-se nos festejos "de uma forma muito organizada".
"É uma manifestação popular, muito participada. É aberta a todos e é de salão, porque é na sede dos clubes que se desenrola a maioria das atividades, que são os bailes e as fantasias individuais e de grupo", realçou.