Nick Cave adia digressão europeia que inclui concerto em Lisboa

A digressão europeia de Nick Cave com os The Bad Seeds, que inclui uma data em Lisboa em abril, foi adiada, no âmbito do combate à epidemia da Covid-19, anunciou hoje o músico australiano.

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Lusa
19/03/2020 13:40 ‧ 19/03/2020 por Lusa

Cultura

Covid-19

"Uma pergunta muito difícil a que os The Bad Seeds têm de responder diz respeito aos nossos planos de digressão deste ano. Com grande deceção e tristeza tomámos a decisão de adiar a digressão do Reino Unido, Europa e Israel, o que me parece, pelo que vejo, a única decisão responsável. Lamento imenso. Mais detalhes serão publicados em www.nickcave.com, assim que o novo plano for estabelecido", escreveu o músico, no 'site' red hand files, onde responde a questões dos fãs.

A digressão europeia de Nick Cave com os The Bad Seeds, de promoção do álbum 'Ghosten', editado no ano passado, deveria começar em 19 de abril, na Altice Arena, em Lisboa.

Em Portugal, o espetáculo tem como promotora a Everything is New, que, na quarta-feira, publicou no seu 'site' oficial uma mensagem na qual garante que "desde que a realização de eventos foi interditada" [em Portugal] está "fortemente empenhada no reagendamento dos que não puderam e não vão poder realizar-se".

"Não queremos cancelar espetáculos, mas adiá-los para um tempo, que esperamos que seja breve", refere a promotora.

"E porque adiar, pelas razões que conhecemos, não é cancelar, apelamos a que todos adiem também a sua ida aos espetáculos reagendado, para que juntos, público, artistas e promotores possamos, com alegria e em segurança, celebrar o nosso reencontro", refere a promotora, responsável pelo festival Alive, que deverá decorrer em julho, em Oeiras.

Depois de Lisboa, Nick Cave & The Bad Seeds deveriam atuar em cidades como Toulouse, Madrid, Barcelona, Amesterdão, Antuérpia, Londres, Copenhaga, Viena, Budapeste, entre muitas outras, antes de terminar a digressão na capital israelita de Telavive.

'Ghosteen' é o 17.º álbum de estúdio de Nick Cave com os Bad Seeds.

O filme de lançamento do disco, disponível nas plataformas digitais, foi produzido pelo Hingston Studio, e contou com o designer português Tiago Higgs, na equipa de realização. Dirigido por Tom Hingston, o filme tem animação e efeitos visuais de Yusuke Murakami, Markus Lehtonen, Aislinn Clifford e Amanda Tooke, além de Tiago Higgs.

As mais recentes atuações de Nick Cave, em Portugal, foram com The Bad Seeds, no festival Primavera Sound, no Porto, em 2013 e em 2018.

No verão de 2011, apresentou-se no festival Alive, com o projeto Grinderman.

Em abril de 2008, também com os Bad Seeds, atuou nos coliseus de Lisboa e do Porto, em vésperas do lançamento do álbum "Dig, Lazarus, Dig".

Até hoje, foram estes dois coliseus que mais vezes receberam o músico australiano, em Portugal.

Nick Cave and The Bad Seeds atuaram nas duas salas em 1992, onde regressaram dois anos mais tarde, em 1994, quando Lisboa era Capital Europeia da Cultura.

Em 2004, Nick Cave voltou à capital portuguesa, para dois concertos em nome próprio, sem os Bad Seeds, mas com canções de 'Nocturama', que esgotaram o grande auditório do Centro Cultural de Belém.

Em 2005, Nick Cave esteve no Festival Paredes de Coura, com a sua banda de sempre.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quarta-feira.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril, segundo o decreto publicado na quarta-feira em Diário da República que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.

O Conselho de Ministros aprova hoje as medidas que concretizam o estado de emergência proposto pelo Presidente.

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