Fundação Marques da Silva abre sábado exposição inédita de Siza Vieira
A Fundação Marques da Silva, no Porto, abre as portas à cidade, no sábado, com a inauguração das exposições "Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que arquitetura", iniciando assim atividades regulares de divulgação da cultura arquitetónica e urbana.
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Cultura Exposições
As exposições, adiadas aquando do confinamento que ocorreu em março, marcam agora o arranque da abertura da instituição pela primeira vez à cidade.
À mostra de desenhos inéditos em Portugal da coleção pessoal de Álvaro Siza, junta-se outra com a curadoria de Luís Urbano, que revela o universo de interesses dos arquitetos portugueses, explica a fundação, em comunicado.
"Siza - Inédito e Desconhecido", exposição de desenhos pertencentes ao arquivo pessoal de Álvaro Siza, é apresentada pela primeira vez em Portugal depois de exibida em 2019, na Tchoban Foundation, em Berlim.
Na Casa-Atelier Marques da Silva estarão patentes esquissos de projeto, fantasias arquitetónicas e retratos, não apenas da autoria de Álvaro Siza, mas também da sua família, onde Maria Antónia Siza assume lugar de destaque.
A mostra, que pode ser visitada até 19 de dezembro, inclui igualmente esculturas de Álvaro Siza, nunca antes exibidas, e a maqueta do novo Centro de Documentação da Fundação Marques da Silva.
"Trata-se do novo e maior centro de documentação sobre arquitetura do país, projetado por Siza Vieira, que vai acolher o espólio pessoal e profissional de 50 dos maiores arquitetos portugueses", dos quais se distinguem nomes como Fernando Távora, José Carlos Loureiro, Arménio Losa, Viana de Lima, Alcino Soutinho ou Hestnes Ferreira, bem como o próprio Marques da Silva, refere a instituição.
Com esse objetivo, será assinado um protocolo entre a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e a Fundação Marques da Silva, que define a junção dos dois centros documentais e que ficam agora sob a responsabilidade da fundação.
A construção do novo edifício, com um custo previsto de quatro milhões de euros, será concretizada através do lançamento de uma campanha de mecenato e de candidaturas a fundos europeus, passando a cidade do Porto a dispor de "mais um edifício icónico, desenhado por um arquiteto que é considerado uma referência mundial", esclarece.
A exposição "Mais que arquitetura", com a curadoria de Luis Urbano, mostra, a partir de objetos e documentos originais, que incluem algumas peças inéditas, que a área de atuação dos arquitetos representados na Fundação Marques da Silva ultrapassa muitas vezes os limites da arquitetura, explorando outros recursos como a fotografia, o cinema, a escrita, o ensino, os media, o colecionismo ou as viagens.
Esta exposição dará a conhecer desenhos da viagem de Fernando Távora aos Estados Unidos da América e ao Japão, nos anos 1960, que influenciou o seu desenho de um arranha-céus para o centro de Aveiro -- edifício que nunca chegou a ser construído e cuja maquete será agora apresentada.
A mostra expõe ainda os desenhos da casa de Sergio Fernandez em Caminha, cuja aparência exterior se assemelha à de um abrigo rural, por oposição ao interior contemporâneo.
É uma de quatro casas assinadas por arquitetos fora dos centros urbanos que, recebendo a influência da arquitetura internacional, combinam o lado mais erudito da arquitetura com métodos de construção e tipologias locais. A exposição estará patente até 17 de abril de 2021.
Durante os meses de junho a setembro deste ano, depois de ter sido obrigada a adiar a abertura dos espaços ao público na sequência das medidas de confinamento impostas no combate à propagação da covid-19, a fundação levou a cabo uma operação especial de conservação de mais de 20 mil documentos do seu arquivo.
Em novembro avançará uma campanha de digitalização de cinco mil desenhos, selecionados de entre os seus diversos acervos.
Estas exposições serão também as primeiras de um programa regular de abertura ao público que funcionará de segunda-feira a sábado, entre as 14:00 e as 18:00 no Palacete e na Casa-Atelier Marques da Silva, com bilhete de entrada a três euros (bilhete para seniores, jovens e estudantes a 1,5 euros).
No dia 17 de outubro, a entrada será gratuita.
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