'Matriz' é o primeiro álbum a solo de Sara Vidal, cuja "temática abarca as etapas da vida de uma mulher, o trabalho, o casamento, passando pelo parto e o adultério", explicou.
Para a cantora, que pertenceu aos Luar na Lubre, grupo de inspiração celta, "é um regresso às origens", depois da experiência no grupo galego e em várias bandas de música tradicional portuguesa.
Sara Vidal defende "uma sonoridade mais contemporânea para a música tradicional", como a que se escuta em "Matriz", que tem "arranjos musicais contemporâneos e atuais".
O álbum, explicou, "é um mapa musical do país, tendo ficado apenas de fora os Açores".
Há, assim, um total de 12 canções, que vêm do Minho, 'Verde Gaio/Lengalenga', da Madeira, 'Baile da Meia Volta', e da Beira Baixa, 'Descante aos Noivos', Trás-os-Montes, 'Agora Vou-me Deitar', Ribatejo, 'A Rosa (Já os Galos Cantam)', Beira Alta, 'Fiando o Linho', 'Adelaidinha' e 'Romance da Claralinda', Alentejo, 'Idalina', e Algarve, 'Faça Ai Ai, Meu Menino'.
Além de Sara Vidal (voz e harpa), o disco contou com a colaboração, entre outros, dos músicos Manuel Maio (bandolim, violino, piano e voz), Rui Ferreira (baixo 'fretless', guitarra, piano e percussão), Ricardo Coelho (percussão), Rogério Cardoso Pires e André Cardoso (guitarra), João Pratas (gaita-de-fole), José Fidalgo (contrabaixo), Sofia Adriana Portugal (voz e percussão) e Ângela Oliveira, Joana Castro, Teresa Campos e Tânia Cardoso (voz).
Sara Vidal celebra assim 15 anos de carreira musical.
O álbum começou a ser pensado em 2011, quando a cantora deixou os Luar na Lubre, e foi feito "com muita calma".
Pelo meio, a intérprete participou noutros projetos como os Diabo a 7 e A Presença das Formigas, tendo iniciado a pré-produção do novo disco em 2017.
Sara Vidal defendeu "mais espaço na comunicação social, nomeadamente na televisão e na rádio, para a música tradicional, que tem o seu público atento, mas não um público geral".
"É difícil chegar às rádios", disse, referindo que "há dificuldade por parte do público em acompanhar este tipo de música", dado o pouco espaço na comunicação social.
Para Sara Vidal a música tradicional tem futuro e defendeu que se deve aproximar da contemporaneidade, com arranjos musicais mais atuais e a utilização de novos instrumentos.
"Há que desconstruir a música tradicional, que não é só para velhos, e esse é um desafio", afirmou.