"Nós achamos que o Festival Escritaria tem tudo para ter uma dimensão maior, para ir além das fronteiras de Portugal e que pode, de facto, passar a ser um evento literário, nos países lusófonos", disse o autarca, em declarações aos jornalistas.
A edição deste ano da "festa das palavras e da literatura", como lhe chamou o autarca, é dedicada ao escritor cabo-verdiano Germano de Almeida, Prémio Camões em 2018.
Depois de Mia Couto e de Pepetela, Germano de Almeida é o terceiro autor de outro país de língua portuguesa que o festival homenageia.
"Se queremos dar ao festival essa dimensão internacional, então temos de trazer cada vez mais escritores que, sendo estrangeiros, usam o português como a sua língua falada e escrita,", observou, frisando que "isso faz parte da génese do festival".
Até domingo, a cidade de Penafiel, no distrito do Porto, evoca a vida e a obra de Germano de Almeida, numa organização da autarquia local.
As frases e as palavras do autor lusófono estão nas montras dos estabelecimentos comerciais, nas ruas, nas varandas e em caixas de cartão que se podem levar para casa.
A partir de quinta-feira, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, vai estar naquela cidade onde, entre outras iniciativas, participará, na sexta-feira, na conferência "O papel cultural da Lusofonia", juntamente com Germano Almeida.
Para o presidente da câmara, a presença pela primeira vez de um governante no Festival Literário Escritaria é mais um passo em direção ao manifestado objetivo da internacionalização.
"Para nós, é um momento muito importante. Diria que constitui uma nova etapa desta caminhada do Escritaria", comentou Antonino de Sousa.
No sábado, será lançado o novo romance de Germano Almeida, "A Confissão e a Culpa", o último volume da sua "Trilogia do Mindelo".
Lídia Jorge, Pepetela, Manuel Alegre, António Lobo Antunes, Alice Vieira, Mário de Carvalho, Mário Cláudio e Miguel Sousa Tavares são alguns outros escritores homenageados em edições anteriores do festival, assim como Urbano Tavares Rodrigues, Agustina Bessa-Luís e José Saramago.
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