A informação foi revelada hoje pelo diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), Silvestre Lacerda, e pela diretora da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), Inês Cordeiro, numa apresentação pública sobre as verbas no PRR para a área da Cultura, que destina cerca de sete milhões a cada um dos organismos.
Segundo Silvestre Lacerda, o plano de execução da digitalização e disponibilização em todo o território nacional do património arquivístico e fotográfico vai desenvolver-se entre 2022 e 2025, e abrange 19,5 milhões de imagens, com um investimento global de 7,21 milhões de euros.
Fazendo um balanço do trabalho já feito até aqui, o responsável disse que há "60 milhões de imagens neste momento disponíveis" na internet, e "três milhões de imagens em processamento".
Silvestre Lacerda destacou que o material digitalizado está disponível para "praticamente todo o mundo", mas que o objetivo é "aumentar a internacionalização da cultura portuguesa" e "um dos meios mais baratos de conseguir isso" é através das bibliotecas e disponibilização de arquivos.
Também Inês Cordeiro deu ênfase à possibilidade que a digitalização traz de "dar acesso 'online' e universal às coleções mais relevantes da Biblioteca Nacional de Portugal e da Biblioteca Pública de Évora [BPE]".
"Melhorar o futuro da conservação dos documentos originais e também incrementar a presença da cultura em língua portuguesa na Internet" foram os principais objetivos gerais apontados pela responsável.
Para isso, está previsto um investimento de 7,400 milhões de euros para um período de quatro anos, com principal incidência em 2023/24.
As coleções a abranger neste processo incluem manuscritos únicos ou raros, documentos de urgente conservação, como espólios de escritores, cientistas e políticos, bem como coleções de livro antigo e música ainda não digitalizadas, cartografia e iconografia, e o grosso dos jornais em microfilmes.
De acordo com a responsável, existem entre 15 milhões e 18 milhões de imagens em microfilme, e 10 milhões de imagens de documentos únicos e raros, entre manuscritos, impressos, música, cartografia e iconografia.
Estão abrangidos por este investimento os espólios de Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Luís de Magalhães, Oliveira Martins, Conde de Arnoso, Ginestal Machado, Wenceslau de Morais, J. Moreira de Almeida, Sampaio Bruno, Aires de Ornelas, Silveira da Mota e Alfredo Cortês.
Trata-se de "acervos fundamentais abrangendo sete séculos de cultura portuguesa que passam a estar ao dispor de qualquer pessoa em qualquer parte do mundo", sublinhou.
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