Post Malone foi mesmo a 'rockstar', mas antes houve furacão Anitta

No último dia de Rock in Rio, o único com lotação esgotada, estava claro: grande parte das 80 mil pessoas que encheram a cidade do rock foram para ver a Anitta. E se a artista trouxe dançarinos, cenários e até a família, Post Malone encheu o palco sozinho.

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© Rock in Rio Lisboa

Tomásia Sousa
27/06/2022 06:52 ‧ 27/06/2022 por Tomásia Sousa

Cultura

Rock in Rio

Não era a cabeça de cartaz, mas as 80 mil pessoas que encheram o Parque da Bela Vista este domingo, no último dia de Rock in Rio Lisboa, vieram essencialmente para a ver. No único dia do festival com lotação esgotada, estava claro, para qualquer um que cruzasse os portões da cidade do rock, que se enchia de óculos, acessórios e roupas alusivas à artista, que grande parte da multidão que ali estava viera para ver o furacão Anitta.

Carlos, de 28 anos, é disso exemplo, ele que veio para assistir pela terceira vez a um concerto da artista. "As expectativas são muito altas. Acho que a Anitta vai dar um show incrível", defendeu.

"Há dois artistas que eu quero ver muito - Jason Derulo e Anitta - e há outro que quero ver, não tanto como estes, mas que é Post Malone", rematou. "Jason Derulo, em pop, vai dar um 'showzaço'."

Antes de subir a palco, Anitta falou com os jornalistas sobre Portugal, sobre a Amazónia, as eleições ainda este ano no Brasil e até a dificuldade de fazer o alinhamento do concerto, quando já não vinha há algum tempo a terras lusas.

"Vou fazer bastantes músicas em português e quem me ajudou a fazer [o alinhamento] foram os portugueses", através do Instagram, onde a artista quis perceber que músicas se ouvem mais por cá.

Com apenas 1h15 de concerto, a brasileira quis que as músicas fossem "as que o povo daqui gosta de ouvir".

Depois de um percalço com as malas, Anitta recuperou os figurinos a tempo e, com o mesmo cenário que usou este ano no Coachella, trouxe ao Palco Mundo muito mais do que cor: houve vários 'looks', bailarinos, e, claro, os passos de dança mais ousados que arrancaram gritos da plateia.

A artista entrou em palco de mota, mas isso poucos viram: com o recinto a rebentar pelas costuras, muitos foram os que nem conseguiam vislumbrar o palco. É o caso de João David e Madalena, que vieram sobretudo para ver a brasileira, mas não estavam à espera da "confusão gigantesca" que encontraram neste último dia de festival. Apesar de tudo, gostaram e assinalam o "ambiente diferente" em relação à atuação de Anitta na última edição do Rock in Rio.

 

 

O espetáculo prosseguiu com 'Some que ele vem atrás', canção feita em parceria com a artista e compositora Marília Mendonça, que faleceu em novembro do ano passado num desastre aéreo, e que a cantora carioca fez questão de homenagear.

Depois da mais recente e estonteante 'Envolver', e de recuar a temas como 'Terramoto' (em parceria com Kevinho), o público iluminou o anfiteatro da Bela Vista ao som de 'Girl from Rio'.

Houve ainda espaço a polémica - alguns fãs não gostaram de ver a cantora em palco com uma bandeira de Espanha - e a outro contratempo: vê-la partir os óculos de um fã.

Incidentes à parte, após uma segunda troca de roupa - sim, a artista conseguiu usar três conjuntos em 1h15 de concerto -, eis que a família e amigos invadem o palco e, como a cantora anunciara antes em conferência de imprensa, usaram os figurinos oferecidos por portugueses, quando esta tinha contado, nas redes sociais, que os seus tinham ficado nas malas perdidas pela companhia aérea.

Para a reta final do concerto, Anitta guardara os mais famosos hits e colaborações (com Pedro Sampaio, Pabblo Vittar, Luísa Sonza, entre outros) que não deixaram ninguém ficar quieto. 'No chão novinha', 'Show das poderosas' e 'Dançarina' levaram a plateia ao rubro.

"Man, I feel just like a rockstar"

A fechar a noite, Post Malone abriu as hostes com 'Wow'. Sem figurinos, mas com fogo e pirotecnia, Austin Richard Post, de 26 anos, mostrou que sozinho era capaz de agarrar a audiência.

É incrível estar aqui a cantar. Sei que passou muito tempo e quero agradecer-vos muito pela vossa paciência, o vosso amor e o vosso apoio", disse, numa das primeiras (muitas) interações com o público, onde foi agradecendo constantemente a uma plateia de perder de vista.

Ora de copo, ora de cigarro na mão, Malone apresentou-se sozinho em palco e não se deixou intimidar pela massa humana que tinha diante de si: provou que, mais do que sentir-se uma 'rockstar', como diz na canção, é verdadeiramente uma.

À guitarra, embalou-nos com 'Stay' e 'Go Flex' e nem os ritmos mais acústicos fizeram dispersar a multidão que, pelo contrário, emoldurou a Bela Vista com um mar de lanternas.

"Lisboa, amo-vos", atirou, antes de confessar que o seu concerto favorito é o último que deu em terras lusas (há três anos, no MEO Sudoeste).

Num alinhamento bem oleado, o rapper trouxe, além das famosas 'Better now', 'Circles' e 'Sunflower', alguns temas do novíssimo álbum 'Twelve Carat Toothache'.

"Ninguém vos pode dizer para não serem quem são ou que não podem seguir os vossos sonhos", afirmou, por fim, enquanto descia do palco e cumprimentava a plateia de perto.

Alexandra e António, que tinham estado para ver o músico na última passagem por Portugal, em 2019, não deixaram passar esta oportunidade e vieram de propósito para o ouvir: "Muito bom, brutal. Muito genuíno".

Tal como aconteceu no primeiro fim de semana de festival, o palco principal abriu em português. Depois de terem atuado no palco Music Valley, na última edição do Rock in Rio, os HMB chegaram agora ao Palco Mundo num concerto que começou morno. 

Por estranho que possa parecer, foi a balada "Peito" que puxou pela plateia, num recinto ainda meio cheio. Mas se é ingrata a tarefa de pisar o Palco Mundo antes do fenómeno Anitta ou do cabeça de cartaz Post Malone, o grupo português não se deixou intimidar. Com o público do seu lado, tocaram ainda 'Dia D', 'Lembra-te de mim' ou 'O amor é assim', já com muitos braços no ar ao som do soul português.

"Foram dois anos de espera, finalmente estamos aqui", refletiu o vocalista, Héber Marques, agradecendo depois à vice-presidente do Rock in Rio Lisboa, Roberta Medina, e a todos os que estiveram envolvidos na concretização do espetáculo.

Se nós conseguimos estar aqui, a cantar em português, vocês também conseguem

Depois, Jason Derulo chegou com tudo: bailarinas, pirotecnia e uma energia que agarrou o público do início ao fim. 

"Quero ver cada um desses telemóveis no ar", pediu, antes de estrear ao vivo o mais recente single 'Slidin'.

"É a maior festa do mundo o Rock in Rio. Isto é lendário. Podiam estar em qualquer sítio do mundo hoje, mas estão no Rock in Rio. Não sabe bem estar na rua com as pessoas que amam?", questionou o cantor, antes de um 'Let me take you dancing'.

Mas Jason Derulo escusava de pedir. O público dançou e, depois, 'Savage love' também deixou a plateia a fazer a coreografia que invadiu o TikTok em 2020.

Ao som de 'Talk dirty', o artista já estava de tronco nu e deixava o público em êxtase.

Notícias ao Minuto Jason Derulo no Palco Mundo© Rock in Rio Lisboa  A edição que terminou este domingo deveria ter acontecido em 2020, mas acabou por ser adiada devido à pandemia da covid-19, fazendo com que o público tivesse de esperar quatro anos, em vez dos habituais dois, para voltar ao festival.

Depois de ter somado quase 300 mil pessoas ao longo de quatro dias, o festival regressa em 2024 para a 10.ª edição.

Leia Também: Rock in Rio tem regresso marcado para 2024

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