A trilogia, primeiro editada pela Caminho entre 2015 e 2017 e em França pelas edições Métailié em 2020 como um único tomo, conquistou o prémio Jan Michalski para Literatura em 2020, mergulhando o leitor "no Moçambique do século XIX tardio quando o país estava arrasado pelas guerras de clãs e colonos", como se pode ler na descrição feita pela organização do prémio suíço.
"Ngungunyane (ou Gungunhane, como ficou conhecido pelos portugueses) foi o último de uma série de imperadores que governou metade do território de Moçambique. Derrotado em 1895 pelas forças portuguesas comandadas por Mouzinho de Albuquerque, Ngungunyane foi deportado para os Açores onde veio a morrer em 1906. Os seus restos mortais terão sido trasladados para Moçambique em 1985", recorda a sinopse portuguesa do primeiro livro da trilogia, que assinala que a narrativa "é uma recreação ficcional inspirada em factos e personagens reais".
A editora norte-americana realçou, no seu 'site', que "se a história é sempre narrada pelos vencedores, em 'O Bebedor de Horizontes', Couto comete um ato de justiça reparadora, dando voz a quem foi silenciado pelos horrores do colonialismo".
Com tradução de David Brookshaw, o livro sai na terça-feira nos Estados Unidos e é editado pela World Editions, em maio, no Reino Unido.
Prémio Camões em 2013 e vencedor do prémio José Craveirinha em 2022, Mia Couto é autor, entre outros, de 'Jesusalém', 'O Último Voo do Flamingo', 'Vozes Anoitecidas', 'Estórias Abensonhadas', 'Terra Sonâmbula', 'A Varanda do Frangipani' e 'A Confissão da Leoa'.
Traduzido em mais de 30 línguas, o escritor foi igualmente distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2011, pelo conjunto da obra, entras outras distinções.
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