A escritora moçambicana Paulina Chiziane recebeu hoje o Prémio Camões, atribuído em 2021, numa cerimónia realizada no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.
Chiziane, vinda "de lugar nenhum" e que "aprendeu a escrever na areia do chão" e usou "o primeiro par de sapatos com 10 anos", mostrou-se hoje "muito feliz" por receber o Prémio Camões, "um prémio tão importante, exatamente no Dia Mundial da Língua Portuguesa".
Pode ver as imagens da cerimónia na galeria acima.
Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo. Atualmente, vive e trabalha na Zambézia.
Ficcionista, publicou vários contos na imprensa. Publicou o seu primeiro romance, 'Balada de Amor ao Vento' (1990), depois da independência do país, que é também o primeiro romance publicado de uma mulher moçambicana.
'Ventos do Apocalipse', concluído em 1991, saiu em Maputo, em 1993, como edição da autora e foi publicado em Portugal, pela Caminho, em 1999, antecedendo 'Balada de Amor ao Vento', em Portugal, pela mesma editora, em 2003.
A Caminho possui aliás os títulos da autora publicados em Portugal: 'Sétimo Juramento' (2000), 'Niketche: Uma História de Poligamia' (2002), 'O Alegre Canto da Perdiz' (2008).
Da sua obra fazem igualmente parte 'As Andorinhas' (2009), 'Na mão de Deus' e 'Por Quem Vibram os Tambores do Além' (2013), 'Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento' (2015), 'O Canto dos Escravos' (2017), 'O Curandeiro e o Novo Testamento' (2018).
Instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, e entregue pela primeira vez no ano seguinte, o Prémio Camões é o galardão de maior prestígio da língua portuguesa.
De caráter anual, presta homenagem a um escritor que, pela sua obra, contribua para o enriquecimento e projeção do património literário e cultural de língua portuguesa.
O Ministério da Cultura, através da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), organiza pela parte portuguesa a atribuição deste Prémio, que tem o valor pecuniário de cem mil euros, assumido em partes iguais pelos Governos de Portugal e do Brasil.
Nos termos do regulamento, Portugal e o Brasil organizam de forma alternada as reuniões e as cerimónias de entrega deste galardão.
Leia Também: Escritora Paulina Chiziane pede descolonização da língua portuguesa