'Primeira Pessoa' dá título a uma das exposições, a inaugurar na Casa da Liberdade - Mário Cesariny, com um conjunto de documentos provenientes dos vários espólios que a instituição alberga, anunciou a organização, em comunicado.
Entre pintura, fotografias, poemas e outras obras visuais de Cesariny, estará ainda patente correspondência com a escultora e poeta surrealista Isabel Meyrelles, e a trocada com Yoko Ono, na qual a artista lhe encomenda uma obra para homenagear John Lennon no Central Park, em Nova Iorque, obra essa também patente na exposição.
Na Perve Galeria, em Alfama, serão mostradas as relações estabelecidas entre Cesariny '... e os seus contemporâneos', exposição que sublinha as suas colaborações com surrealistas portugueses e estrangeiros, "e a relação crítica, assertiva, com alguma da tradição nacional", segundo o texto.
A organização quis salientar o impacto do autor, e do Surrealismo português, não só em Portugal como no contexto da Lusofonia, apresentando obras de artistas africanos que tinham afinidades com Cesariny, como Ernesto Shikhani, Inácio Matsinhe, Malangatana Ngwenya, Manuel Figueira e Reinata Sadimba.
As exposições 'Primeira Pessoa' e '... e os seus contemporâneos', com curadoria de Carlos Cabral Nunes, são inauguradas a 09 de agosto, às 18:00, e estarão patentes até 26 de novembro, dia em que se assinalam 17 anos volvidos sobre a morte de Mário Cesariny.
Em julho, a Fundação Cupertino de Miranda (FCM), em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, detentora da maior parte do acervo pessoal, artístico e documental de Cesariny, anunciou um programa de comemorações do centenário do nascimento do pintor para decorrer a partir de agosto e durante um ano, com a realização de várias exposições, encontros, conversas, espetáculos, concertos e edições.
Nesse contexto, vai ser inaugurada no sábado, na FCM, a exposição 'Mário Cesariny: Em todas as ruas te encontro', que marca o início das celebrações e que vai estar patente até 08 de setembro de 2024.
O artista e poeta proporcionou à FCM a incorporação, por compra, doação e legado de uma grande parte da sua biblioteca e acervo artístico e documental.
As celebrações do centenário do nascimento de Mário Cesariny estendem-se a outras cidades do país, além de Lisboa, Amarante e Coimbra, e, também no estrangeiro, nomeadamente em França.
Em novembro, será apresentada, no Théâtre de La Ville de Paris, a antologia de poesia traduzida para francês, bilingue, com tradução de Bernardo Haumonte e prefácio de Emília de Almeida.
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