Paul B. Preciado, Agnieszka Polska, Ana Borralho, João Galante, Vera Mantero, Orquestra do Algarve, João dos Santos Martins, Ana Jotta, Joana Sá, Filipe Pereira e Marina Herlop, são outros dos artistas que integram esta edição que decorrerá em 32 espaços diferentes, segundo a organização.
Com uma programação experimental e heterogénea, a bienal tem como mote o 'Presente Invisível' e irá percorrer as artes performativas, visuais, a música, o cinema, e ainda realizar debates e oficinas, sob a direção artística de John Romão.
O evento começa hoje com as apresentações dos artistas Héctor Zamora - com uma performance em espaços de Lisboa e Faro - e com Gabriel Chaile, que irá apresentar uma nova instalação de grande escala para a Praça do Carvão, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), na capital.
A obra do mexicano Héctor Zamora - intitulada 'Quimera', que inclui performance e instalação - é uma nuvem de balões de cores brilhantes que vai percorrer o espaço público de Lisboa e Faro "para tornar visível o invisível, prestando homenagem às economias informais em que assenta grande parte da sociedade mexicana e portuguesa", na descrição da organização.
Inspirado por um dos ofícios mais antigos do seu país, os 'globeros' - vendedores de balões coloridos - o criador apresentará a ação performativa com pessoas migrantes a vender volumosos conjuntos de balões que formam palavras alusivas à crise e à migração.
Gabriel Chaile, por seu turno, vai apresentar no exterior do MAAT uma instalação criada como tributo a Alcindo Monteiro, assassinado em 1995, em Lisboa, vítima de ódio racial, numa ação em que o centro é a troca de olhares e histórias, para promover a tolerância e a empatia, segundo a programação da bienal.
O artista argentino irá colocar a escultura "Auto-Retrato" frente a frente com a peça "Alcindo Monteiro", que ficará patente até 15 de outubro, acompanhada por um programa público de quatro sessões de debate, música e exibição de filmes sobre identidades e pertença.
Numa conferência de imprensa realizada esta semana em Faro, o diretor artístico da BoCA sublinhou que um dos destaques desta edição passa pelas colaborações entre artistas: "[Vamos ter] muitas duplas e muitos artistas que convocam a colaboração de outros artistas e vários cruzamentos entre as comunidades e outros criadores, dando visibilidade a diversas práticas".
As criações encomendadas, produzidas ou coproduzidas pela BoCA vão abordar temas como os movimentos migratórios, apagamentos históricos, extrativismos e as violências racial e de género, com o objetivo de "provocar, refletir e fazer agir, tomando outras consciências sobre o mundo".
A artista visual e realizadora polaca Agnieszka Polska vai estrear-se no teatro com 'The Talking Car / O Carro Falante', com um elenco composto por Albano Jerónimo, Bartosz Bielenia, Íris Cayate, Aaron Ronelle e Vera Mantero.
O cartaz inclui também as duas primeiras incursões do filósofo Paul B. Preciado no palco e no cinema, com o texto 'Eu Sou o Monstro que vos Fala', pela voz de um grupo de cinco intérpretes trans e não-binários, e o filme "Orlando, a minha biografia política", adaptação da obra da escritora Virginia Woolf.
Três propostas do realizador e encenador Marcus Lindeen sobre identidade e mudança de género, a apresentação do saxofonista Benkik Giske e do bailarino Romeu Runa, e a primeira ópera do músico e artista visual Pedro Alves Sousa são outras das propostas da Bo.CA.
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