Hollywood. Sindicato autoriza greve contra indústria de videojogos

Os membros do sindicato dos atores de Hollywood SAG-AFTRA votaram 98,3% a favor de uma greve caso falhem as negociações com as empresas de videojogos, que começam hoje.

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Lusa
26/09/2023 06:18 ‧ 26/09/2023 por Lusa

Cultura

Hollywood

"É hora de as empresas de videojogos pararem de jogar e levarem a sério a possibilidade de chegar a um acordo sobre este contrato", disse, em comunicado divulgado na segunda-feira, a presidente do SAG-AFTRA, Fran Drescher.

As negociações entre o sindicato e as empresas de videojogos deverão começar hoje e prolongar-se até quinta-feira.

A decisão surge quase um ano depois do acordo coletivo ter sido prolongado para permitir novas discussões.

O SAG-AFTRA disse que irá lutar por "condições aceitáveis" para os seus membros em questões como salários alinhados com a inflação, proteção contra a inteligência artificial, bem como "precauções básicas de segurança".

Entre as empresas que seriam afetadas por uma greve estão a Epic Games, criadora do jogo Fortnite, a Disney Character Voices Inc., a Blindlight, responsável pelo jogo Halo, e a WB Games Inc, criadora do jogo Mortal Kombat 11.

O SAG-AFTRA explicou em comunicado que participaram na votação 34.687 membros do sindicato, 27,47% dos atores elegíveis.

O SAG-AFTRA está há mais de dois meses em greve contra a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers), grupo que representa estúdios de Hollywood e plataformas como a Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner Bros. Discovery, NBC Universal, Paramount e Sony.

No domingo, o sindicato dos argumentistas, o WGA (Writers Guild of America), e a AMPTP anunciaram um acordo de princípio para acabar com uma greve histórica, que dura há quase cinco meses.

O acordo, que será válido durante três anos, foi alcançado após uma maratona de cinco dias de negociações e tem de ser aprovado pela liderança e pelos 11.500 membros do WGA antes da greve terminar oficialmente.

O compromisso aceite pelos estúdios com os argumentistas inclui um aumento do salário mínimo, bónus suplementares para os que escrevem as séries com maior audiência e formas de assegurar que a inteligência artificial seja utilizada sem afetar a sua remuneração.

Assim que a greve terminar, produções como 'talk-shows' vão poder regressar.

No entanto, a indústria televisiva e cinematográfica de Hollywood vai continuar longe do normal, uma vez que a greve dos atores vai continuar e não foram retomadas as negociações entre o SAG-AFTRA e os estúdios.

As reivindicações do SAG-AFTRA vão mais longe que as colocadas pelo WGA, incluindo a atribuição de uma percentagem real dos benefícios aos atores, independentemente do conteúdo, prevendo-se árduas negociações.

Os atores querem receber pagamentos residuais no modelo de transmissão através de plataformas como a Netflix.

Anteriormente, estes pagamentos eram dados aos artistas de receitas provenientes de séries ou filmes licenciados para mercados internacionais ou retransmitidas na televisão.

A greve de argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), de acordo com o Milken Institute.

Leia Também: Hollywood. Estúdios e argumentistas chegam a acordo para acabar com greve

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