A decisão foi tomada unanimemente pelos conselhos de administração do WGA Oeste e do WGA Leste.
"Isso permite que os argumentistas voltem ao trabalho durante o processo de ratificação, mas não afeta o direito dos membros de tomarem uma decisão final sobre a aprovação do acordo", sublinhou a WGA, em comunicado.
O acordo de princípio, alcançado no domingo, vai ser submetido a uma votação de ratificação entre 02 e 09 de outubro. Caso os 11.500 membros do WGA rejeitem o acordo, a greve será retomada.
Produções televisivas como 'talk-shows' deverão ser as primeiras a regressar ao ar. A revista da especialidade Variety indicou que as emissões de informação e entretenimento difundidas em diversos canais no final da tarde poderão ser retomadas dentro de duas a três semanas.
Cerca de 11.500 membros do WGA iniciaram, em 02 de maio, uma greve devido a questões salariais e ao uso de inteligência artificial na criação de argumentos.
O acordo alcançado entre o WGA e os patrões dos grandes estúdios e plataformas de 'streaming' põe fim à greve que paralisa a indústria cinematográfica e televisiva norte-americana, apesar de prosseguir o 'braço de ferro' entre atores e estúdios.
O acordo inclui "ganhos significativos" em termos salariais, e ainda proteções para enquadrar o uso da inteligência artificial.
O compromisso aceite pelos estúdios com os argumentistas inclui um aumento do salário mínimo, bónus suplementares para os que escrevem as séries com maior audiência e formas de assegurar que a inteligência artificial seja utilizada sem afetar a sua remuneração.
No entanto, a indefinição persiste em Hollywood, com os atores, representados pelo sindicato SAG-AFTRA a permanecerem em greve e admitindo-se que a resolução deste conflito social possa prolongar-se por semanas.
As reivindicações do SAG-AFTRA vão mais longe que as colocadas pelo WGA.
O sindicato dos autores pede um maior aumento salarial, e a atribuição de uma percentagem real dos benefícios aos atores, independentemente do conteúdo, prevendo-se árduas negociações.
Atores querem ainda garantir que os estúdios não vão usar inteligência artificial para os substituir e querem receber pagamentos residuais no modelo de transmissão através de plataformas como a Netflix.
Anteriormente, estes pagamentos eram dados aos artistas de receitas provenientes de séries ou filmes licenciados para mercados internacionais ou retransmitidas na televisão.
A greve de argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), de acordo com o Milken Institute.
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