"É uma honra muito grande para nós ter o Dia da Marinha", disse o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, durante a apresentação do programa do primeiro trimestre e dos momentos-chave da Aveiro 2024, organizada pelo município.
Aveiro será a primeira cidade a assumir este título, que foi retomado por iniciativa do Ministério da Cultura de designar anualmente uma Capital Portuguesa da Cultura, cabendo as primeiras três edições às cidades que foram finalistas vencidas da Capital Europeia da Cultura em 2027 (Aveiro, Braga e Ponta Delgada).
Ribau Esteves referiu que o investimento direto na realização do evento ronda os oito milhões de euros, dos quais seis milhões de euros são suportados pela câmara, sendo o restante comparticipado pelo programa Centro 2030 (um milhão), Ministério da Cultura (500 mil euros) e Turismo de Portugal (500 mil euros).
Do valor total, cerca de 4,4 milhões de euros são para eventos que já eram organizados pela câmara e que terão no próximo ano um investimento adicional, cerca de 2,6 milhões de euros "é tudo aquilo que é novo" e que surge por causa da condição de Aveiro ser Capital Portuguesa da Cultura e um milhão de euros é para os custos de produção, logística e comunicação, precisou o autarca.
O presidente da câmara anunciou ainda que o escultor Rui Chafes foi escolhido para fazer uma obra de arte que "vai referenciar para a eternidade" o facto de a cidade ser Capital Portuguesa da Cultura em 2024 e que será inaugurada no dia 10 de junho, quando se comemora o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Trata-se de uma obra de arte que "simboliza o mundo em que vivemos, o mundo sem cantos, o mundo redondo que integra toda a gente, onde a luz passa", disse Ribau Esteves, adiantando que a escultura em ferro, com um orçamento de cerca de 350 mil euros, ficará situada na rotunda das Pontes, no centro da cidade.
O autarca explicou ainda que no final de cada trimestre irão decorrer sessões para apresentar com pormenor a programação do trimestre seguinte, com o objetivo de "fazer com que o máximo de pessoas se sintam convidadas a participar, a vir e a voltar à cidade".
O evento que tem como lema "O ano como palco. Um cenário infinito" foi dividido em quatro momentos que marcam a relação da cultura com a identidade, a democracia, a sustentabilidade e a tecnologia.
Para cada um dos temas foram encomendados conteúdos originais que incluem propostas para as artes performativas, exposições, cinema, literatura, espaço público, gastronomia e pensamento.
O Aveiro 2024 arranca com a festa de passagem de ano, mas a sessão protocolar que assinala o início do evento está marcada para 26 de janeiro, data que foi escolhida por ser a primeira referência a Aveiro no testamento que a Condessa Mumadona Dias fez ao Mosteiro de Guimarães.
Para esta sessão foi encomendado um espetáculo a Marta Pereira da Costa, compositora e guitarrista que irá subir ao palco do Teatro Aveirense com alguns artistas convidados.
Da programação do primeiro trimestre, o destaque vai para a estreia do espetáculo de música "Glimmer", de Rui Horta e Micro Audio Waves que vai ter lugar a 02 e 03 de fevereiro, a estreia nacional do espetáculo de novo circo "Yé!", da companhia guineense Circus Baobab, a 03 de março, e o espetáculo de teatro "Ângela (a strange loop)" de Susanne Kennedy em exibição a 20 de março, todos no Teatro Aveirense.
A programação inclui ainda o espetáculo "Pieris Napi", dos Papillons d'Éternité (Tânia Carvalho e Matthieu Ehrlacher) com o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia e uma exposição da Coleção de Arte Contemporânea do Estado.
No cinema, "cada um dos trimestres contará com uma curta-metragem realizada para Aveiro 2024 e pensada para responder aos temas trimestrais", num programa que vai ser desenvolvido com a Cinemateca Portuguesa.
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