Quase 300 artistas da indústria musical da Noruega assinaram uma petição a exigir que Israel seja impedido de participar no Festival Eurovisão da Canção, devido à atual ofensiva na Faixa de Gaza. O apelo surge após medidas semelhantes terem sido tomadas por músicos da Finlândia e da Islândia.
"Conseguimos esse apelo em pouco tempo. Não foi difícil recolher os quase 300 votos que recebemos em poucos dias. Foi um grande compromisso", adiantou a cantora Marthe Valle ao jornal norueguês Dagsavisen, responsável pela petição, acrescentando que o objetivo é que a estação pública NRK "faça mais" para banir Israel do concurso.
Entre os signatários da petição estão as cantoras Ulrikke, que, caso não tivesse sido cancelado, teria representado a Noruega no evento em 2020, e Maria Haukaas Mittet, que representou o país em 2008.
Marthe Valle instou também o vencedor do Melodi Grand Prix de 2024 (o equivalente ao Festival da Canção) a recusar participar na Eurovisão em forma de protesto. "Trata-se de tomar uma posição e usar a voz que temos. E a voz dos artistas é importante", considerou.
Sublinhe-se que mais de 1.400 profissionais da música na Finlândia assinaram uma petição que visa proibir Israel de participar no concurso, defendendo que aquele Estado está a cometer crimes de guerra em Gaza. Se Israel não for excluído do concurso, os músicos querem que a candidatura da Finlândia seja cancelada.
Já na Islândia, a Sociedade Islandesa de Autores e Compositores (ISAC) apelou ao boicote do concurso, a menos que Israel seja desqualificado, e cerca de 10 mil islandeses assinaram uma petição a apelar também à desqualificação.
Neste sentido, a estação estatal do país decidiu adiar a decisão acerca da sua participação - que já estava confirmada - e anunciou que a mesma será tomada de acordo com a vontade do vencedor do Söngvakeppnin 2024, a final nacional do país.
Recorde-se que, após o anúncio de que Israel iria participar no certame, a União Europeia de Radiodifusão defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente". "É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.
O país do Médio Oriente, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar. Desde então, já venceu quatro vezes: em 1978, 1979, 1998 e 2018.
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