A 58.ª edição do Festival da Canção já começou e no próximo sábado, dia 2 de março, decorre a segunda semifinal. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Malmö, na Suécia.
O Notícias ao Minuto falou com todos os artistas em competição, entre os quais está Cristina Clara.
Segundo a RTP, a cantora, que é natural do Minho, começou a estudar teatro, voz e canto quando se mudou para Lisboa e enquanto exercia cardiologia no Hospital de Santa Maria.
Cristina Clara faz parte do Grupo de Teatro de Letras e canta em casa de fados.
Em 2021 lançou o seu disco de estreia 'Lua Adversa', distribuído pela Sony Music, um álbum que explora sobretudo as afinidades entre a canção urbana de Lisboa e o choro brasileiro, com músicos convidados de Portugal e Brasil.
Desde então, já atuou em palcos como o Fado Café no NOS Alive, Há Fado no Cais no CCB ou o Teatro da Trindade.
Porque é que quis participar no Festival da Canção?
Recebi o convite através do Nuno Galopim da Antena 1 como um voto de confiança na minha proposta artística e um convite a ampliar o público que a conhece. Por esta razão nem hesitei em aceitar o desafio.
Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?
O Festival da Canção está associado a uma memória afetiva muito querida. Durante vários anos seguíamos o espetáculo em família o que me traz lembranças muito bonitas. Além do mais é uma oportunidade preciosa para conhecer melhor o que se faz de novo no panorama musical nacional e internacional.
Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?
É-me difícil eleger uma única canção entre propostas de géneros tão diferentes. Acredito que a melhor canção é aquela que no nosso momento pessoal e até sociocultural e político nos toca e nos faz sentir representados de alguma forma. Nesse sentido destacaria talvez 'E Depois do Adeus' pelo significado que tem nestes 50 anos do 25 de Abril.
Que mensagem transmite a música 'Primavera'?
É uma canção que fala de confiar na nossa voz, na nossa identidade mesmo em momentos mais invernosos para transcendermos o momento e "voarmos além". É sobre liberdade e confiança num futuro mais solar que criamos a partir do momento presente. Inspirei-me na minha história pessoal mas também no facto de estarmos a celebrar os 50 anos do fim da ditadura em Portugal e no cenário invernoso e extremamente angustiante que nos chega diariamente de locais oprimidos e agredidos como a Palestina, a Ucrânia ou a República Centro-Africana.
Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?
Para já posso avançar que não estarei sozinha, há surpresas! Em breve revelarei mais detalhes nas minhas redes sociais.
Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?
Entre ensaios a solo e em grupo têm sido semanais e estão a correr muito bem. Estamos muito entusiasmados com o processo.
De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?
Acho que a RTP conseguiu reunir um leque de artistas diverso no que toca a género musical e percurso artístico o que me parece muito interessante.
Quais são as suas expetativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?
Ter sido convidada como reconhecimento do meu percurso até hoje já me parece um óptimo resultado. Levar a minha música e dos meus parceiros o mais além possível, que possa chegar a mais pessoas e conseguir desfrutar do processo é a minha expectativa maior.
Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue?
Irei quase logo em seguida para o Funchal onde farei dois concertos a 15 e 16 de março.
Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?
Acredito que é uma oportunidade preciosa de ampliar o número de pessoas a quem a minha música pode chegar e também de criar laços com colegas e parceiros que vou conhecendo no caminho.
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