"Canção não é um grito de ajuda, mas sim um grito para me fazer ouvir"
iolanda é uma das concorrentes do Festival da Canção de 2024 e sobe ao palco já no próximo sábado, dia 24 de fevereiro.
© RTP
Cultura Festival da Canção
A 58.ª edição do Festival da Canção começa já no próximo sábado, dia 24 de fevereiro. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Malmö, na Suécia.
O Notícias ao Minuto falou com os artistas em competição, entre os quais está iolanda.
É considerada uma das próximas grandes divas da música feita em Portugal para a próxima década.
iolanda é natural de São Pedro de Cova Gala, na Figueira da Foz, e mudou-se para Lisboa apenas com 17 anos, começando por atuar em bares e em concursos de talentos nacionais. Mais tarde, 'voou' para Londres para estudar na Universidade de Sussex.
Promissora cantora e compositora nacional, iolanda lançou o seu EP de estreia 'Cura', em março de 2023, que levou a sua voz até às rádios e a grandes palcos nacionais.
Porque é que quis participar no Festival da Canção?
Acompanho o Festival da Canção há já algum tempo e sempre imaginei participar num evento como este. Este ano surgiu um convite da RTP para apresentar uma canção para o Festival da Canção 2024, que foi recebido com muito amor e gratidão, mas com muita surpresa também. Se não tivesse recebido o convite iria enviar sem dúvida uma submissão livre porque senti, este ano, muita vontade de tentar a minha sorte. Lancei o meu primeiro EP em março de 2023 e este novo passo vem acrescentar muito ao meu percurso musical.
Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?
O Festival da Canção é algo que está presente na minha vida desde que comecei a fazer música. Comecei a acompanhar o Festival mais de perto por volta de 2008 depois de ver a prestação da Vânia Fernandes, com a canção Senhora do Mar (Negras Águas). Desde então que surgiu em mim um carinho especial pelo Festival, por sentir que é um momento tão especial que nos permite, enquanto músicos e artistas, mostrar a música que se faz aqui. A Eurovisão vem em consequência disto, por ser um dos maiores espetáculos de música do mundo, uma festa musical inacreditável e uma partilha de culturas ainda maior.
Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?
Esta pergunta é difícil porque tenho várias. Estou indecisa entre 'Chamar a Música', da Sara Tavares e 'Senhora do Mar' (Negras Águas), da Vânia Fernandes. São as duas bastante especiais para mim.
Que mensagem transmite a música 'Grito'?
O 'Grito' é uma canção que fala sobre uma viagem ao meu interior, de autodescoberta e autoperceção. Quis levar ao Festival uma canção que representasse uma faceta minha que ainda não tinha tido oportunidade de mostrar. O meu primeiro EP 'Cura' é uma viagem por uma relação que vivi. No entanto, nesta nova fase da minha vida, refletida nesta canção, estou a procurar cuidar mais de mim e senti que era o momento certo para explorar isso musicalmente. Mesmo sendo uma canção pessoal, sinto que transmite uma mensagem transversal porque tod@s nós passamos por momentos menos bons, situações que nos fazem duvidar do que somos. Esta canção não é um grito de ajuda, mas sim um grito para me fazer ouvir, de determinação e vontade de ser melhor, mesmo tendo em conta todas as adversidades da vida.
Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?
Gostava muito de contar porque estou muito entusiasmada, mas não posso! O que posso dizer-vos é que será uma atuação que enfatiza o poema da canção no seu expoente máximo, porque isso é o que me move.
Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?
Os ensaios têm corrido muito bem. Sou acompanhada semanalmente pelo meu coach vocal, Matheus Paraízo, e por mais umas surpresas que vocês saberão dentro em breve!
De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?
Este ano temos canções muito interessantes no Festival. A canção que mais me marcou foi sem dúvida a canção da Maria João que me leva para um lugar que eu nem sabia que existia. É inacreditável a sua entrega e inexplicável o seu talento. Que honra estar a participar ao mesmo tempo que ela. Simultaneamente, tenho amigos bastante próximos a participar comigo e estou muito feliz por poder dividir isto com eles.
Quais são as suas expectativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?
O melhor resultado já o recebi, com a receção tão calorosa à minha canção que é tão especial para mim. Poder mostrar ao público o meu trabalho, que já lancei, e quem sabe abrir novas portas a mais música que virá no futuro. O Festival é uma montra de artistas inacreditável e poder fazer parte dele este ano faz-me sentir muito grata.
Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue?
Anunciámos com muito entusiasmo recentemente o meu primeiro concerto em nome próprio no Capitólio, em Lisboa. Acho que ainda não caí em mim, porque há dois anos, quando lancei o meu primeiro single, não imaginava metade do que está a acontecer. É muito gratificante poder fazer o que mais gosto, com uma equipa que acredita em mim e pessoas a querer ouvir o que eu tenho para dizer.
Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?
Como disse anteriormente, o Festival tem este poder incrível de nos dar a possibilidade de sermos ouvidos a uma escala maior. No meu caso, enquanto artista independente, tem sido muito especial receber diariamente mensagens de carinho e apoio de pessoas que não chegariam à minha música de outra forma. Por isso mesmo, sinto que estar entre estes 20 autores/intérpretes é um sonho realizado que, sem dúvida, seja qual for o resultado, só trará coisas boas que me irão motivar ainda mais para seguir aquilo que eu sempre quis.
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