Eurovisão defende decisão de expulsar Joost: "Clara violação das regras"

A organização do concurso de música afirmou que "não teria sido adequado que Joost participasse na grande final", uma vez que estava no centro de um processo policial.

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© JESSICA GOW/TT/Ritzau Scanpix/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
15/05/2024 17:44 ‧ 15/05/2024 por Márcia Guímaro Rodrigues

Cultura

Eurovisão

A União Europeia de Radiodifusão (UER) defendeu, na terça-feira, a sua decisão de desqualificar os Países Baixos da 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, reiterando que o comportamento do seu representante, Joost Klein, "constituiu uma clara violação das regras do concurso".

O cantor de 26 anos, recorde-se, foi suspenso de dois ensaios gerais do concurso na sexta-feira e a sua expulsão foi anunciada na manhã de sábado, horas antes da grande final. Segundo a UER, em causa esteve uma "queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção após um incidente da sua atuação na semifinal de quinta-feira".

Na terça-feira, a organização explicou que Joost Klein foi desqualificado "na sequência de um comportamento ameaçador dirigido a uma mulher da equipa de produção" e que a "polícia sueca investigou a infração", que "será em breve entregue ao Ministério Público".

"O comportamento de Joost constituiu uma clara violação das regras do concurso, que se destinam a garantir um ambiente de trabalho seguro para todo o pessoal e a proteger a produção. Não estamos a fazer juízos prévios sobre o processo judicial, mas, dadas as circunstâncias do que aconteceu e o facto de o processo policial ir ser entregue em breve ao procurador, não teria sido adequado que Joost participasse na grande final", lê-se em comunicado.

A UER garante que a decisão foi "apoiada" pelo Grupo de Referência do Festival Eurovisão da Canção e "unanimemente apoiada pelo Conselho Executivo da UER, na sequência de um inquérito interno exaustivo".

Após a expulsão, a emissora Avrotros, dos Países Baixos, garantiu que, "contra acordos claramente estabelecidos, Joost foi filmado quando tinha acabado de sair do palco e tinha de se dirigir à 'green room'".

"Nesse momento, Joost indicou repetidamente que não queria ser filmado. Este facto não foi respeitado. Isto levou a um movimento ameaçador de Joost em direção à câmara. Joost não tocou na mulher da câmara", disse a Avrotros, garantindo que "consultou extensivamente" a UER e "propôs várias soluções", mas a decisão de desqualificar o artista foi tomada na mesma.

No entanto, a organização do concurso europeu veio agora dizer que "a versão dos acontecimentos divulgada em alguns comentários públicos e nas redes sociais não corresponde às declarações" partilhadas por "funcionários e testemunhas". 

"O assunto está agora a ser objeto de um processo judicial e, infelizmente, nada mais podemos acrescentar nesta fase. Temos uma política de tolerância zero em relação a comportamentos inadequados nos nossos eventos e tomaremos sempre as medidas necessárias para lidar com as ameaças ao pessoal - independentemente da sua origem", acrescentou. 

A imprensa sueca avançou inicialmente que o cantor neerlandês terá agredido uma fotógrafa no fim de um dos ensaios gerais de sexta-feira. Já na segunda-feira, o tablóide Aftonbladet, indicou que Joost Klein terá partido a câmara da fotógrafa. No mesmo dia, as autoridades anunciaram que o cantor neerlandês deverá ser acusado por ameaça.

A expulsão surgiu também após o cantor neerlandês ter protagonizado um momento tenso com a representante de Israel, Eden Golan. Numa conferência de imprensa, um jornalista polaco questionou a artista israelita sobre a sua responsabilidade no maior nível de alerta terrorista que se vive em Malmö. "Ao estar aqui, é um risco para a segurança e um perigo para todos. Não se importa com isso?", perguntou.

O moderador da conferência de imprensa lembrou Eden Golan de que não era obrigada a responder à questão. "Por que não?", questionou o artista dos Países Baixos em voz alta. O episódio viralizou nas redes sociais.

Joost Klein representou os Países Baixos com 'Europapa', um tema que é uma ode à Europa e a um mundo sem fronteiras, além de uma homenagem aos pais que morreram quando o cantor era adolescente.

Segundo dados revelados na madrugada de sábado, 'Europapa' alcançou o segundo lugar na segunda semifinal do evento, que decorreu na quinta-feira, ficando apenas atrás de Israel. 

A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção realizou-se em Malmö, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio e, apesar das críticas devido à participação de Israel, acabou por ganhar a Suíça, o país mais neutro do mundo, com Nemo e 'The Code'.

Leia Também: Joost Klein, expulso da Eurovisão, deverá ser acusado por ameaça

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