Pearl Jam brindaram ao Alive (em português) no último dia do festival

O terceiro e último dia do NOS Alive'24 ficou marcado pelo regresso dos Pearl Jam ao Passeio Marítimo de Algés, pelo punk dos SUM 41, a fazer lembrar os primeiros anos da década de 2000 e pela energia inigualável dos portugueses Blasted Mechanism.

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© Hugo Macedo

José Miguel Pires
14/07/2024 07:44 ‧ 14/07/2024 por José Miguel Pires

Cultura

NOS Alive

O NOS Alive '24 viveu, no sábado, o terceiro e último dia da edição deste ano, culminando com o anúncio de que o festival voltará a acontecer a 10, 11 e 12 de julho, em 2025.

 

Os Pearl Jam eram a banda que os festivaleiros mais ansiavam neste dia, e não por acaso. O conjunto norte-americano, liderado por Eddie Vedder, é bem conhecido do Alive - esteve cá em 2018 pela última vez - e não parece ter perdido o jeito, nem a capacidade de gerar boas memórias e histórias para contar.

Ainda na onda Rock Punk Pop surfaram os SUM 41, fazendo o Passeio Marítimo de Algés viajar até aos primeiros anos da década de 2000. A última vez que a banda tinha estado em Portugal foi em 2022, num concerto em que foram acompanhados pelos Simple Plan, também eles um nome icónico dessa altura.

No palco principal, as hostilidades foram abertas pelos portugueses Blasted Mechanism, a quem se juntaram as norte-americanas The Breeders.

Pearl Jam

O vocalista dos Pearl Jam, Eddie Vedder, conhece bem Portugal, tal como a banda, a familiaridade com o país mostrou-se ao longo das cerca de duas horas em que tocaram no palco principal, para encerrar a edição de 2024 do festival.

Vedder, com o discurso entrecortado, liderou as hostes em mais uma prova do porquê de os Pearl Jam serem uma das mais populares bandas de Rock de sempre. Perante uma maré de fãs ansiosos, os norte-americanos brindaram-nos com clássicos como 'Jeremy', 'Black' e 'Even Flow'.

E por falar em brindes, não é que Eddie Vedder, de garrafa em mãos, fez um brinde... em português? "A vocês e à última noite deste lindo festival", disse. Desta feita, com direito a uma cábula, mas essa não foi a única vez que o vocalista se dirigiu-se ao público em português.

A banda aproveitou um momento do concerto para dar voz a temas políticos, mostrando-se esperançosos que os Estados Unidos consigam "livrar-se do cancro e sarar", antes de cantar um 'cover' de 'Imagine', de John Lennon.

Durante perto de duas horas, os Pearl Jam fizeram os encantos de quem viajou até ao Passeio Marítimo de Algés para os ver, descansando os ânimos daqueles que recearam que, tal como aconteceu no início deste mês, cancelassem o concerto.

SUM 41

Se é fã do Punk Rock do início dos anos 2000, então o concerto dos SUM 41 no Alive'24 parece ter sido feito à sua medida. A banda liderada por Deryck Whibley - hoje em dia com 44 anos - continua a manter aquele timbre de jovem irrequieto, inconformado e rebelde, que tanto mexeu com uma geração inteira.

O relacionamento de Whibley com o público é, sem dúvida, especial, e prova disso foi a forma como, depois de dividir a audiência no Alive em dois, interagiu com cada 'parte', envolvendo-os nas canções e fazendo-os parte de todo o espetáculo.

Para os adeptos mais ferrenhos, não faltaram clássicos como 'In Too Deep', 'Fat Lip' e 'Still Waiting', mas também houve espaço para novidades do mais recente álbum, 'Heaven :x: Hell', lançado em março deste ano. Foi o caso de 'Landmines'.

Este é o oitavo e último álbum da banda, que dá assim por encerrada a sua carreira coletiva. "Vamos ter saudades disto", admitiu Whibley, que foi ainda brincando com 'pseudo-covers' das músicas 'Smoke on the Water', dos Deep Purple, e 'Seven Nation Army', dos White Stripes. "Estou só na brincadeira", admitiu, passando depois a fazer um 'cover' completo de 'We Will Rock You', dos Queen.

The Breeders

À medida que o sol se punha junto ao Passeio Marítimo de Algés, para lá do 'skyline' da linha que separa Oeiras e Cascais do rio - e, depois, do mar -, o palco foi 'invadido' pela energia contagiante de The Breeders, a banda de Ohio, nos Estados Unidos, que traz lembranças do 'grunge' de Seattle que marcou a década de 1990.

As irmãs gémeas Kim e Kelley Deal, que em tempos receberam os elogios do vocalista dos Nirvana, Kurt Cobain, fizeram jus à exaltação, fazendo vibrar o público, apesar dos pontuais problemas com o 'feedback' que poderão ter causado algumas 'caretas' na plateia.

O concerto teve mesmo direito a um 'cover' de 'Gigantic', um tema da autoria dos Pixies, não tivesse Kim Dean feito parte, também, desta mítica banda das décadas de 1980 e 1990.

'Last Splash', o mais conhecido álbum da banda, foi a grande fonte de inspiração para a 'setlist' em Algés, dando azo a 'Cannonball', 'Saints', e 'Invisible Man', entre vários outros temas deste trabalho de estúdio de 1993.

The Breeders - que estiveram em Portugal em 2018, no Primavera Sound do Porto - é daquelas bandas que, com o seu bom humor e 'appeal', deixam todos interessados no que vem a seguir, no 'riff' que vai preencher a próxima canção. A interação com o público é constante e a conversa mantém-se do início ao fim do concerto.

Blasted Mechanism

O dia começou no palco principal com os portugueses Blasted Mechanism, que contam no seu historial com cerca de 30 anos de carreira. Mas o que trouxeram, afinal, os Blasted Mechanism? Techno, Rock? Uma mistura de música da Europa de Leste com sons do Oriente? A resposta é: Tudo isso e mais alguma coisa, e quem marcou presença no concerto ficou ciente disso.

Com uma plateia já praticamente cheia, principalmente de fãs dos Pearl Jam, os Blasted Mechanism deram um verdadeiro resumo do seu longo repertório, carregado de clássicos, como 'Start to Move', 'Blasted Empire' e 'Blasted Generation'.

A energia da banda fundada na década de 90 espalhou-se pelo festival como um fogo selvagem e ninguém ficou imune às batidas viciantes do conjunto, que apresentou, também, o seu mais recente trabalho, 'Come With Us', 'single' do álbum homónimo de 2024.

O Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés a 10, 11 e 12 de julho de 2025, segundo anunciou o seu organizador, Álvaro Covões.

Leia Também: Vai Dua, dá-nos tudo. O segundo dia do NOS Alive teve pulsação feminina

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