O arquivo do Estado austríaco da Estíria, que contém o manuscrito original, divulgou na segunda-feira a análise, sobre uma descoberta que poderá representar uma 'nova' peça do génio universal de Salzburgo (1956-1791), quando tinha apenas 15 anos.
A obra, criada em 1771, foi composta no âmbito das celebrações do casamento do arquiduque austríaco Ferdinand Charles com Maria Beatriz d'Este, em Milão.
Apesar de mencionada no catálogo Köchel, que lista as obras musicais compostas por Mozart, a peça carecia de número e era considerada "pouco mozartiana" na época, explicou à agência Efe Paul Duncan, historiador de música do Arquivo da Estíria.
Embora persistam "algumas dúvidas" sobre a autoria definitiva, existem numerosos outros indícios que apontam para o jovem Mozart como autor, acrescentou o especialista.
O cientista alemão Carsten Wollin, da Universidade de Halle (Alemanha), por exemplo, descobriu que o manuscrito foi feito na oficina de Johannes Traeg, um copista vienense que na altura trabalhava em estreita colaboração com Mozart.
Embora não existam testemunhos da família Mozart ou assinatura do compositor sobre esta obra, a sua relação com Mozart é corroborada pelo seu aparecimento em catálogos históricos e pela data da cópia, por volta de 1791, exatamente o ano em que Mozart morreu.
"O que temos é um manuscrito de cerca de 1791 que veio da oficina de Johannes Traeg em Viena. Traeg trabalhou em estreita colaboração com Mozart ou basicamente comprou autógrafos e manuscritos da viúva de Mozart, Constanze", explicou Duncan.
Além disso, segundo o historiador do arquivo, o manuscrito é atribuído a Mozart no catálogo Breitkopf & Härtel Hs, o mais antigo do mundo, fundado precisamente em 1791.
A obra, que segundo a imprensa austríaca poderá não ser ouvida em público há mais de dois séculos, será apresentada em Graz, capital da Estíria, em 16 de outubro, durante um dia sobre música em arquivos.
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